Em visita ao Brasil, Biden se cala sobre Conselho de Segurança
O governo brasileiro fez esforços para demonstrar a proximidade de sua relação bilateral com os Estados Unidos durante a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, a Brasília. Nesta sexta-feira, o vice brasileiro, Michel Temer, reiterou o pedido de apoio dos Estados Unidos para um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Apesar disso, Biden preferiu não comentar o tema.
“Não deixei de mencionar o interesse já a essa altura reiterado de ingressar no Conselho”, afirmou Temer. Biden manteve silêncio sobre o assunto. Em visita ao Brasil em 2011, o presidente americano Barack Obama já havia frustrado o governo brasileiro ao apenas incentivar a aspiração brasileira, sem respaldar sua candidatura. Os Estados Unidos já declararam apoio, por exemplo, à Índia, outra aspirante a um assento permanente no grupo.
Segundo Temer, o governo brasileiro deixou claro que a nossa política externa nunca se distanciou dos americanos, mesmo tendo privilegiado a relação sul-sul. “Muitas e muitas vezes se diz que no Brasil tivemos uma relação muito próxima com a África, com os países da América do Sul e árabes, o que é verdadeiro. Fizemos essa grande aproximação, mas não nos desviamos de uma relação acentuada com os Estados Unidos”, afirmou Temer em declaração à imprensa, após encontro reservado com Biden.
“O interesse que temos em estreitar essas relações, que nunca foram distantes, se acentua com essas visitas e encontros”, acrescentou o vice-presidente brasileiro. Joe Biden reiterou o convite feito a presidente Dilma Rousseff para que vá aos Estados Unidos em outubro em caráter de visita de Estado – uma demonstração de deferência do governo americano para com um chefe de Estado estrangeiro. “Acho que 2013 pode e deve marcar o início de uma nova era na relação Brasil – Estados Unidos”, disse o vice-presidente americano. “Apenas palavras não bastam para chegarmos lá. Temos de fazer muito trabalho”.
Temer também se mostrou alinhado com os Estados Unidos na questão da segurança internacional. Sem entrar em detalhes, o vice brasileiro afirmou que quando o assunto é Síria e conflito entre palestinos e israelenses, houve “absoluta coincidência do governo americano com o brasileiro”.
A visita do vice-presidente americano encerra seu quarto giro pela América Latina, que também contou com encontros bilaterais na Colômbia e em Trinidad e Tobago. No Brasil, Biden esteve no Rio de Janeiro, onde subiu o morro Dona Marta e declarou que o País é uma economia desenvolvida.
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