Doações de brasileiros para o Haiti chegam a R$ 4,6 milhões
As doações de brasileiros enviadas ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para a reconstrução do Haiti totalizaram R$ 4,630 milhões, o que corresponde a US$ 2,475 milhões, disse o chefe da delegação regional do comitê no Brasil, Felipe Donoso, ao anunciar o encerramento das arrecadações nesta terça-feira. O terremoto de 7 graus de magnitude na escala Richter deixou 222 mil mortos e 1,3 milhão de desabrigados.
Donoso disse que ficou surpreso não só com a arrecadação final, mas também com o valores das doações que foram de R$ 1,60 até R$ 500 mil. "Vamos encerrar nesta terça-feira a arrecadação, porque o obtido foi exatamente o necessário para executar os projetos destinados às crianças desamparadas, de distribuição de água potável, de assistência dos presídios e hospitais. Não vamos manter a campanha porque não faz sentido arrecadar mais do que poderíamos aplicar", disse.
O representante da delegação afirmou que as doações de brasileiros ocorreram de forma espontânea e privada. Não houve, segundo ele, uma campanha da Cruz Vermelha para a arrecadação. Daí a surpresa em relação à quantia final.
Para ele, as doações foram motivadas por vínculos emocionais de brasileiros com o Haiti, como a participação de militares nas forças de paz no país.
"A chegada do período dos furacões em uma área já muito prejudicada torna a situação ainda mais difícil. É preciso pensar em projetos que também sirvam como base para emergências por eventuais problemas causados pelos furacões", disse.
Projetos
Desde o terremoto do dia 12 de janeiro, a Cruz Vermelha intensificou as ações no Haiti. Um dos principais projetos é dar assistência às crianças e aos adolescentes desamparados. As equipes de busca encontraram 29 menores, que estavam perdidos e os encaminharam aos seus familiares. Há, ainda, 164 casos à espera de solução.
De acordo com dados da Cruz Vermelha, 30 mil vítimas receberam alimentos e material de primeira necessidade. No total, foram distribuídas 300 t de arroz, feijão, óleo, sal e lonas de plástico. Cerca de 20 mil pessoas receberam 5,6 milhões de litros de água potável em cinco acampamentos da capital, Porto Príncipe.