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Dilma propõe pacto nacional para melhorar serviços públicos

21 jun 2013 - 22h52
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A presidente Dilma Rousseff propôs nesta sexta-feira um grande pacto nacional para melhorar os serviços públicos, e admitiu que há muito o que fazer para combater a corrupção no Brasil, em sua primeira mensagem à Nação após os históricos protestos por todo o país.

"Vou conversar com os chefes de outros poderes e vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos", disse Dilma em rede nacional de rádio e televisão.

Dilma propôs um plano nacional de mobilidade que privilegie o transporte público, destinar 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação, trazer milhares de médicos estrangeiros para ampliar o sistema de saúde e receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos, movimentos de trabalhadores e associações populares.

"Precisamos de sua energia e criatividade (...). Precisamos oxigenar nosso sistema político", disse Dilma aos manifestantes, assinalando sua vontade de contribuir para "uma ampla reforma política" no país.

"Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas".

"Também precisamos de formas mais eficazes de combate à corrupção", admitiu Dilma, que criticou os atos de vandalismo durante os protestos. "Uma pequena minoria não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com esta violência que envergonha o Brasil".

"Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira".

"O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, lance pedras contra ônibus e tente semear o caos nos principais centros urbanos".

No mesmo discurso, Dilma afirmou que o Brasil "merece e fará uma grande Copa" do Mundo em 2014, respondendo às críticas aos enormes gastos com o evento, uma das bandeiras dos protestos.

"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios."

"Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação."

"Nós faremos uma grande Copa do Mundo!" - garantiu a presidente.

Na quinta-feira, mais de um milhão de manifestantes ocuparam as ruas de 80 cidades do Brasil, no décimo dia de protestos, para reclamar da corrupção e dos gastos astronômicos com a Copa do Mundo, e exigir melhores serviços públicos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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