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Dilma manda demitir servidores indiciados na Operação Porto Seguro

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RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA, 24 Nov (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff determinou que sejam afastados ou exonerados todos os servidores indiciados na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

"Todos os órgãos citados no inquérito deverão abrir processo de sindicância" afirmou nota oficial.

"No que se refere aos diretores das agências, foi determinado o afastamento, com abertura do processo disciplinar respectivo", completou a nota.

Também neste sábado, a Secretaria de Aviação Civil anunciou a abertura de um processo administrativo para investigar, na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os eventos relativos à Operação Porto Seguro.

O ministro Wagner Bittencourt solicitou o afastamento imediato de Rubens Carlos Vieira do cargo de diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Anac.

Na sexta-feira, a PF apreendeu documentos no escritório da Presidência da República em São Paulo e na sede da Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, como parte da operação, deflagrada no mesmo dia.

Foram indiciadas 18 pessoas, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, acusados de envolvimento em um grupo que obtinha pareceres técnicos fraudulentos que eram vendidos a empresas interessadas, segundo fontes que tiveram acesso à operação.

A presidente Dilma Rousseff foi informada da operação na tarde de quinta-feira pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, segundo uma fonte do governo ouvida pela Reuters que preferiu não se identificar, e deu aval para que as buscas ocorressem.

Também na quinta-feira, ela se reuniu com o titular da AGU, Luís Inácio Adams. Na manhã de sexta-feira, segundo outra fonte, Dilma voltou a se reunir com Adams, Cardozo e com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

De acordo com outra fonte do governo, Rosemary tentou evitar a entrada dos agentes da PF no gabinete da Presidência, no 17o andar do prédio do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, centro de São Paulo.

Ela é ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou a assessorá-lo em viagens internacionais. No caso de Rosemary e Holanda Alves, a PF investiga as acusações de corrupção ativa e tráfico de influência.

Entre os três detidos na operação está o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, que ocupa o cargo desde 2010. Em nota, a agência afirmou que a busca de documentos ocorreu pela manhã e se restringiu ao gabinete do diretor --que foi detido.

Outros órgãos que sofreram buscas foram o Ministério da Educação, a Anac, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

A Anac também disse na sexta que as buscas foram apenas na sala do diretor de Infraestrutura Aeroportuária, Rubens Carlos Vieira --irmão de Paulo Rodrigues e também detido.

Já a AGU afirmou na ocasião que a coleta de documentos se restringiu à sala de "apenas um servidor" e que o processo corre em segredo de Justiça. Afirmou ainda que Adams já determinou que a corregedoria do órgão apure o ocorrido.

(Por Diogo Ferreira Gomes, Ana Flor, Jeferson Ribeiro, com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

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