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Dilma diz respeitar médicos, mas que interesses do povo devem prevalecer

11 set 2013 - 12h43
(atualizado às 15h34)
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que seu governo respeita os médicos, mas que os interesses da população têm de estar acima dos interesses de qualquer corporação, e esse foi o motivo da criação do programa Mais Médicos.

Dilma fez a defesa do programa, uma das atuais bandeiras de sua gestão, durante cerimônia de anúncio de investimentos em mobilidade urbana na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. "O governo não pode ser surdo. Um governo tem de ouvir muito. E, além de ouvir, sabemos que o Brasil tem um problema sério na área da saúde. Por isso, nós fizemos o Mais Médicos", disse a presidente.

Ela rebateu as críticas da classe médica brasileira, que se posicionou contra o uso de médicos estrangeiros pelo programa. "Quando está em questão os interesses da população do País, não existe nenhum interesse maior, (nem o interesse) de nenhuma corporação, de nenhum segmento. Nós respeitamos os médicos desse País, porque eles sempre deram uma grande contribuição. Agora, temos uma avaliação: faltam médicos. Por isso, criamos o Programa Mais Médicos", afirmou.

Segundo Dilma, onde faltar médicos, o governo fará o "possível e o impossível" para garantir que haja profissionais disponíveis. "Nós temos no Brasil uma carência tamanha que, em 701 municípios, não mora nenhum médico. Se, de noite, uma criança tiver um problema, e não tem um médico para atender, olha o desespero de um pai ou de uma mãe. Estamos querendo resolver um problema de caráter emergencial e urgente, porque a saúde das pessoas não pode esperar até que os médicos se formem."

Ela explicou que, ao mesmo tempo em que está trazendo médicos de outros países para trabalhar no Brasil, o governo pretende aumentar a formação de médicos no interior do País e na periferia das grandes cidades. "Está provado que geralmente o médico fica onde ele se forma ou onde faz sua residência. Vamos ampliar também o número de médicos especialistas e, portanto, as oportunidades de residência."

De acordo com a presidente, o Brasil não está fazendo nada diferente do que outros países, inclusive "ricos" fazem. Ela citou que países como o Canadá, Estados Unidos e Reino Unido têm mais de 25% da sua força de trabalho médica formada por estrangeiros. No Brasil, esse percentual é de menos de 2%.

Outra ação prevista do governo é melhorar a infraestrutura dos hospitais, por isso ela apoiou a destinação de 25% dos royalties do petróleo para a saúde e defende que 50% das emendas parlamentares sejam revertidas para essa área.

Na cerimônia, foram anunciados investimentos de R$ 2,57 bilhões para a implantação de uma linha de monotrilho de 22 quilômetros que vai ligar São Gonçalo a Niterói, no Grande Rio (a chamada Linha 3 do metrô). Segundo a presidente, o modal será importante para aliviar o trânsito na região e aproximar os moradores de seu trabalho e estudo, reduzindo o tempo do trajeto. Dilma disse que, nas décadas de 80 e 90, os governos diziam que investir em metrô era coisa de País rico, por isso agora é preciso "correr atrás do prejuízo".

Antes do início do evento no Clube Mauá de São Gonçalo, alguns manifestantes vestidos de preto protestavam, do lado de fora, contra questões como o voto secreto no Congresso Nacional e a proibição do uso de máscaras nas manifestações do Rio de Janeiro.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Fonte: Terra
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