A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que espera que o Brasil inicie uma cultura de aeroportos privatizados no País. A declaração foi feita durante o anúncio do programa de investimento em aeroportos, que, dentre outras medidas, anunciou a concessão dos aeroportos Galeão (RJ) e Confins (MG) à iniciativa privada. "O Brasil não tem a tradição de administração de aeroportos privados, mas queremos que essa tradição de estabeleça", disse a presidente. A declaração foi um "mea culpa" de Dilma ao anunciar o aumento das exigências para que novas operadoras participem de leilões.
"Queremos que as operadoras que atuem no Brasil tenham aptidão para operar, no mínimo, 35 milhões de passageiros ao ano e que elas tenham pelo menos 25% de participação no consórcio", acrescentou a presidente. No leilão anterior, que privatizou Cumbica (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF), a exigência era de experiência em terminais com fluxo de até R$ 10 milhões de passageiros anualmente.
Segundo a presidente, está mantida a participação de 49% da Infraero nos terminais concedidos e também a regra de que o sócio majoritário não tenha participação em mais de um aeroporto. Em tom enérgico, ela rebateu críticas de que as regras do jogo estavam sendo alteradas. "No Brasil, precisamos parar com a mania de pensar que quando o seu interesse não está sendo atendido, está havendo mudança na regra do jogo. Quando a regra está dada, ela será cumprida", declarou.
Preocupada em garantir bons investimentos, Dilma afirmou ainda que o negócio de aeroportos é rentável. "Achamos que os aeroportos brasileiros são um ótimo negócio. Tanto pelo aumento crescente de passagens de avião quanto pela experiência internacional que aeroportos são grande negócio", disse.
Antes de desenhar o programa, a presidente enviou uma comitiva de ministros para negociar com grandes operadores e tentar atrair sua atenção para o plano anunciado hoje. As conversas foram feitas com executivos da alemã Fraport, da francesa Aéroports de Paris, da Changi, de Cingapura, entre outras.
A presidente dilma Rousseff concede entrevista e anuncia plano de investimentos em aeroportos do País. O governo anunciou nesta quinta-feira que os aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG) serão concedidos à iniciativa privada. Com a privatização, o governo espera investimentos de R$ 11,4 bilhões: R$ 6,6 bilhões para o aeroporto carioca e R$ 4,8 bilhões para o mineiro
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
O aumento de renda, a inclusão social de milhões de brasileiros e 4 milhões que se elevaram para a condição de classe média provocaram uma demanda que não existia nas décadas anteriores. Fatos conjugados fazem com que tenhamos problema de oferta diante de uma demanda crescente, afirmou a presidente Dilma Rousseff
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Dilma não ficou satisfeita com os consórcios vencedores e, desta vez, aumentou a exigência com as operadoras privadas de aeroportos. Para participar do leilão, o operador precisará ter experiência com experiência de administrar terminais com fluxo de 35 milhões de passageiros por ano. No leilão passado, a exigência era de gerir aeroportos com fluxo de 10 milhões de passageiros ao ano
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
O edital para a concessão será lançado em agosto de 2013 e o governo espera que em setembro ocorra o leilão. Segundo o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, o governo espera que as concessionárias já estejam administrando os terminais antes da Copa do Mundo de 2014, mas ponderou que não espera da iniciativa privada todo o investimento para o evento esportivo. Até a assinatura dos contratos, os investimentos em Galeão e Confins são de responsabilidade da Infraero
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As medidas do governo lançadas nesta quinta-feira também incentivarão a rede de aviação regional. O projeto deve fortalecer os 689 terminais existentes nessa categoria e investir R$ 7,3 bilhões em uma primeira fase para a construção de mais 270 aeroportos
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O programa prevê isenção de tarifas para voos com destino ou origem em aeroportos com movimentação inferior a 1 milhão de passageiros por ano. O governo também subsidiará algumas rotas entre pequenas e médias de cidades ou dessas cidades para capitais