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Dilma diz que combate à corrupção é "prática de Estado" no país

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BRASÍLIA, 7 Nov (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o combate à corrupção é uma "prática de Estado" no Brasil, mas ressaltou que ações contra irregularidades não devem ser responsabilidade exclusiva do governo.

Na abertura da Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília, a presidente mencionou as iniciativas brasileiras da leis da Ficha Limpa e a de Acesso à Informação, como instrumentos para aperfeiçoar a "governança e gestão" no país, "favorecendo a eficiência e bom uso de recursos" públicos.

"No Brasil, a prevenção e o combate à corrupção são práticas de Estado. A democracia brasileira conta com instrumentos sólidos, como a respeitada Controladoria-Geral da União (CGU), os Tribunais de Contas, em especial o TCU, um Ministério Público independente, uma Polícia Federal atuante e uma imprensa livre", disse Dilma ao discursar na abertura da conferência.

"O combate ao malfeito não pode ser usado para atacar a credibilidade da ação política. O discurso anticorrupção não deve se confundir com o discurso antipolítica ou anti-Estado. Deve reconhecer o papel do Estado como desenvolvimento importante à transparência", disse ela, que citou o combate anticorrupção como uma "luta democrática".

Seis ministros deixaram o governo Dilma em meio a denúncias de irregularidades desde o início do mandato da presidente, em janeiro de 2011. A saída dos ministros deu à presidente imagem de intolerante quanto a supostos desvios, o que ajudou a elevar sua popularidade no país, segundo pesquisas.

As saídas ocorreram após denúncias publicadas na imprensa, cuja liberdade foi defendida por Dilma.

"Estou convencida de que mesmo quando há exageros, e sabemos que em qualquer área existe, é sempre preferível o ruído da imprensa livre do que o silêncio tumular da ditadura", disse a presidente, que foi presa e torturada durante o regime militar.

O ministro Jorge Hage, da CGU, também destacou mecanismos de transparência na administração pública e o incentivo para adoção dessas práticas no setor empresarial.

"Optamos, no Brasil, por uma abordagem ampla e diversificada, que investe tanto na prevenção, a começar pela transparência e visibilidade das ações de governo, quanto na investigação e repressão", disse ele.

"CLAMOR" POR REGULAÇÃO

Dilma disse que o Estado não é o único foco para esforços por transparência, citou a crise econômica de 2008 e um chamado "clamor" popular por maior regulação dos fluxos financeiros internacionais.

A presidente disse que "avolumou-se não só o clamor popular, mas a consciência também nos fóruns multilaterais" sobre a necessidade de mudanças na regulação financeira.

"A magnitude desses fluxos coloca um enorme desafio para esse monitoramento", disse ela.

Segundo Dilma, sem o controle do fluxo, os países estão sujeitos a "manipulações com graves consequências". Ela defendeu um esforço conjunto para a mudança nos governos para a adequação ética das práticas adotadas.

Dilma aproveitou seu discurso para parabenizar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela reeleição na terça-feira. (Reportagem de Hugo Bachega)

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