A presidente Dilma Rousseff fez críticas à ação francesa para conter grupos rebeldes que dominam parte do norte do Mali. Em declaração à imprensa junto a autoridades da União Europeia, em Brasília, a presidente defendeu que as ações no país sejam realizadas por vias multilaterais e criticou o que chamou de “tentações coloniais”, referindo-se ao protagonismo da França - que colonizou o país africano até meados do século 20 - nas ações militares.
“No que se refere a essa questão do Mali, nós defendemos a submissão das ações militares às decisões do Conselho de Segurança da ONU com atenção à proteção dos civis. O combate ao terrorismo não pode violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive as antigas tentações coloniais”, afirmou Dilma.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou envio de forças estrangeiras ao país para frear o avanço de grupos rebeldes islamitas. Em paralelo, o governo do Mali também recorreu à França em busca de apoio.
“Consideramos que é muito preocupante a situação de conflito armado no Mali, decorrente e como consequência de todo o conflito que ocorreu na Líbia e que desbordou para o Mali devido a um acesso a meios armados que foram apropriados por segmentos e por grupos que agora criam instabilidade não só no Mali, mas em toda a região. Também advogamos uma participação muito grande dos órgãos internacionais na resolução desses conflitos”, disse a presidente em outro momento.
Em resposta ao tom assertivo de Dilma, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, disse que a União Europeia condena os atos perpetrados por grupos terroristas, que estão colocando em risco à integridade territorial do país bem como a segurança da população. Na avaliação do representante europeu, a intervenção militar francesa faz parte dos esforços contra o terrorismo.
“A decisão da União Europeia de estabelecer uma missão para assessorar o Exército de Mali bem como nosso apoio à missão encabeçada pelos militares em Mali e a pronta resposta da França e outros países europeus são parte integral desses esforços”, afirmou van Rompuy.
Soldados franceses equipam um caça Rafale com munições na base de Saint-Dizier antes de sua partida para o Mali. Este tipo de aeronave é capaz de realizar ataques ar-solo e ar-mar
Foto: AFP
Militares franceses inspecionam um Rafale antes que ele parta para a operação no Mali. A aeronave é dotada de um sistema com tecnologia de ponta e o melhor em sensores e fusão de dados
Foto: AFP
Caças Rafale decolam em N'djamena, no Chade, para a missão no Mali. O Rafale é capaz de decolar com até duas vezes e meia seu peso vazio - mais do que qualquer outro caça de sua classe consegue
Foto: AFP
Aeronaves em preparação para a operação Serval, no Mali. O Rafale vem sendo usado cada vez mais, entre outras razões, por exigir pequena infraestrutura logística
Foto: AFP
No Chade, militares franceses se preparam para ir ao Mali. Os caças Rafale, como o da foto, são usados na defesa aérea e policiamento do espaço aéreo
Foto: AFP
Rafale prestes a deixar o Chade, por onde passou antes de chegar à missão no Mali. Este tipo de aeronave de combate deve se tornar a única operada pela Marinha e pela Força Aérea Francesa
Foto: AFP
Caça francês decola em N'Djamena. O Rafale tem 10,90 metros de envergadura, 15,30 metros de comprimento e 5,30 metros de altura
Foto: AFP
Um caça Mirage que partiu do Chade chega a Bamako, no Mali. Este modelo está em operação na Força Aérea francesa desde 1984
Foto: AFP
Mirage 2000 D pode ser observado em N'djamena antes de partir para a operação Serval. Este caça é equipado com um radar de mapeamento do terreno
Foto: AFP
Mirage integra as forças francesas que apoiam as tropas no Mali. Este tipo de aeronave é de manutenção simples e extremamente robusto, o que contribuiu para que virasse referência mundial
Foto: AFP
Preparação no Chade antes da partida para o Mali. Este modelo tem 14,36 metros de comprimento, 9,13 metros de envergadura e 5,20 metros de altura
Foto: AFP
Mirage em voo noturno para N'Djamena. Este tipo de aeronave é capaz de atingir 2.395 km/h
Foto: AFP
Piloto francês se prepara para decolar em um Mirage 2000. Este modelo já foi usado nas guerras do Golfo, Bósnia, Kosovo e Afeganistão
Foto: AFP
Mirage 2000 D deixa o campo Kossei, no Chade. Com 7,5 mil kg, esse modelo suporta até 17 mil kg de carga
Foto: AFP
Desde o dia 11 de janeiro, a França iniciou uma operação militar no Mali com o objetivo de impedir que rebeldes islâmicos que controlam o norte do país tomem todo o território. Por ar, a força francesa é formada por caças Rafale e Mirage. A seguir, confira detalhes sobre estas duas aeronaves, já usadas em outros conflitos internacionais