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Demanda fraca derruba exportações globais de uísque escocês

1 abr 2015 - 07h14
(atualizado às 07h14)
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Vendas para o Brasil caíram 20% em 2014; associação do setor culpou 'condições econômicas' e 'volatilidade política'

Após uma década de crescimento ininterrupto, as exportações de uísque escocês caíram 7% em 2014, em decorrência da menor demanda global pelo produto, informou a principal entidade do setor.

De acordo com a Scotch Whisky Association (SWA), as vendas do destilado para o exterior totalizaram 3,95 bilhões de libras (R$ 18,7 bilhões) no ano passado.

A queda se deveu em parte à redução das exportações para os Estados Unidos, o maior mercado consumidor de uísque escocês por valor, onde as vendas caíram 9%, para 748 milhões de libras (R$ 3,5 bilhões).

A SWA culpou o que chamou de "condições econômicas mais fracas e volatilidade política" em alguns mercados.

No entanto, a entidade diz ter esperanças em uma retomada das vendas, alegando que o cenário de longo prazo para o setor se mantinha favorável por causa do forte crescimento em muitos mercados emergentes.

As exportações para Taiwan, por exemplo, cresceram 36% para 197 milhões de libras (R$ 934 milhões), em parte devido à popularidade crescente do uísque puro malte.

Já as vendas para a Índia subiram 29% para 89 milhões de libras (R$ 422 milhões), apesar de uma tarifa de importação de 150%.

Por outro lado, as exportações para o Brasil caíram 20%, para 80 milhões de libras (R$ 379 milhões), em decorrência da valorização da divisa britânica. Em termos de volume de uísque exportado para o país, no entanto, não houve crescimento ou queda na comparação com 2014.

O Brasil é o 13º principal destino das vendas de uísque escocês no mundo, à frente de países como Canadá, Japão e Holanda.

O importante mercado dos Emirados Árabes Unidos continuou a crescer, com alta de 27% nas exportações.

No entanto, as vendas para Cingapura caíram 39%, para 200 milhões de libras (R$ 948 milhões).

A SWA informou que as quedas nas vendas à cidade-estado se deveram à campanha de austeridade promovida pela China – o destino final da maior parte do uísque escocês que sai do Reino Unido rumo a Cingapura.

Já as exportações diretas para a China, o 26º maior mercado em valor, caíram 23%, para 39 milhões de libras (R$ 185 milhões).

'Produto autêntico'

A SWA acrescentou que a queda de 9% nas exportações para os EUA, o principal mercado, se deveu em parte aos ajustes de estoque e à concorrência do mercado de destilados.

As vendas para a França, o maior mercado para uísque escocês em volume e o segundo maior em valor, cresceram 2% para 445 milhões de libras, indicando que o mercado francês se estabilizou depois que o governo do país aumentou o imposto sobre o destilado.

Apesar da queda, as vendas externas parecem ter tido um desempenho melhor na segunda metade do ano passado, o que foi interpretado como um sinal de otimismo pela indústria.

O executivo-chefe SWA David Frost disse: "Fatores políticos e econômicos em alguns importantes mercado fizeram as exportações de uísque escocês recuar em 2014 depois de uma década de forte crescimento".

"Isso mostra que o sucesso da indústria não pode ser encarado como certo e que devemos continuar a lutar por mais mercados abertos e acordos de comércio ambiciosos para derrubar as barreiras de acesso a alguns mercados".

"Os fundamentos a longo prazo permanecem fortes, na medida em que consumidores nos mercados emergentes manifestam interesse de comprar uísque escocês como um produto autêntico e de alta qualidade, com uma forte reputação e procedência legítima".

"Isso impulsiona o forte investimento na produção de uísque na Escócia e o interesse significativo do país nesse setor".

(PA)
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Foto: BBC Mundo / Copyright
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