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Defesa distribui 13 mil cestas básicas após enchente no AM

17 abr 2009 - 21h08
(atualizado às 22h16)
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Arnoldo Santos

Direto de Manaus

A Defesa Civil do Amazonas começou a distribuir nesta sexta-feira parte das 13 mil cestas básicas às famílias atingidas pela enchente nas diversas calhas de rio da bacia Amazônica.

Garotas caminham em estrada alagada
Garotas caminham em estrada alagada
Foto: Arnoldo Santos / Especial para Terra

Dos 31 municípios atingidos, 14 foram considerados como prioritários pela situação em que se encontram 33,9 mil famílias cadastradas, totalizando 184.175 pessoas. O governo do Amazonas decretou situação de emergência em todo o território estadual.

A primeira cidade a receber o material, que inclui também filtros d'água, cobertores, colchões, mosquiteiros e kits de limpeza, foi Barreirinha (a 372 km de Manaus), onde 1.314 famílias foram desalojadas.

A enchente dos rios faz com que o ribeirinho se adapte da melhor maneira para sobreviver e superar os prejuízos na lavoura. "Não existe situação inesperada. Desde que a as ações da Defesa Civil passaram a ser preventivas, nós conseguimos articulação para evitarmos tragédias como as que aconteceram em Santa Catarina", disse o coordenador municipal de Defesa Civil de Iranduba, Ailton César da Silva.

O município foi um dos que tiveram situação de emergência decretada pela prefeitura local no dia 9. Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), mais de 2,9 mil pessoas sofreram algum tipo de prejuízo com a cheia em diversas localidades ao longo do rio Solimões.

Lavoura

O maior prejuízo é com a produção agrícola. Grande parte das culturas de várzea (áreas alagáveis) foi perdida porque a cheia veio mais cedo. "Esta ano, era pra nós colhermos só no fim de abril, mas não deu tempo. A água veio com tudo e acabou com a plantação antes de ficar madura", explicou o agricultor Fernando Dias. Ele perdeu toda a produção de maracujá que plantou na sua propriedade, situada na margem do Solimões, na zona rural de Iranduba.

Saúde

A desnutrição, por falta de alimentos e pela redução na renda das famílias, preocupa as autoridades responsáveis pelo monitoramento da cheia. A saúde da população ribeirinha fica mais exposta à falta de condições sanitárias e a dificuldade de transporte de pessoas doentes.

No relatório da Condec, o coordenador municipal da Defesa Civil, Ailton César, informa que "algumas pessoas se recusaram a deixar seus lares alagados como prevenção a saques de pessoas não pertencentes à comunidade".

Entre os cadastrados, estavam pelo menos 360 mulheres grávidas que precisam de acompanhamento médico constante. É outro problema que afeta as áreas alagadas.

Na zona urbana de Iranduba, o bairro do Cacau Pirera foi o mais atingido pela cheia, deixando pelo menos 1,3 mil pessoas fora de suas casas. A frente da cidade, que fica na margem esquerda do Solimões, ficou praticamente isolada.

A única estrada de acesso à área do porto está debaixo d'água. Vários estabelecimentos comerciais, um grande figorífico e armazéns estão ilhados. Para fugir do prejuízo, os donos de bares e pequenos comércios da área isolada improvisam quiosques de madeira próximo de onde resta estrada que não foi inundada.

O comerciante Nonato Rodrigues armou uma barraca pra vender churrasco no espeto. O local da barraca também foi tomado pela água, mas ele diz que dá pra tirar o sustento.

Fonte: Especial para Terra
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