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CUT e outros 20 movimentos preparam atos para o dia 15

MTST, Coletivo Juntos, PSOL, MST e Fora do Eixo / Mídia Ninja farão parte de manifestações contra o que chamam de "ofensiva conservadora"

9 abr 2015 - 11h17
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Três dias depois da segunda onda de manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), realizada no próximo domingo (12), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sairá às ruas de diversas capitais brasileiras para protestar contra o que chama de "ofensiva conservadora". Marcados para quarta-feira (15), os atos contarão com a presença de pelo menos outros 20 movimentos, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Coletivo Juntos e o Fora do Eixo / Mídia Ninja. 

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De acordo com manifesto oficial lançado na internet, os protestos terão três pautas principais: a defesa dos direitos sociais (com enfrentamento ao PL 4330 da terceirização e ao ajuste fiscal), o combate a corrupção (com defesa do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais) e o fim de pautas conservadoras (como a redução da maioridade penal e o "golpismo").

<p>Imagem de arquivo de último ato realizado pela CUT</p>
Imagem de arquivo de último ato realizado pela CUT
Foto: Itawi Albuquerque / Futura Press

As outras organizações que assinam o texto são Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Intersindical - Central da classe trabalhadora, Articulação Igreja e Movimentos Sociais, Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), Uneafro, Rua - Juventude anticapitalista, Coletivo Construção, Movimento de Luta nos bairros e favelas (MLB), Círculo Palmarino, Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL), Movimento de Luta por Moradia (MLM), Partido Comunista Revolucionário (PCR), Pólo Comunista Luis Carlos Prestes, Movimento Periferia Ativa, Movimento de Mulheres Olga Benário e Rede Emancipa. 

Em São Paulo, a manifestação - cujo evento no Facebook possui, até o momento, 2,6 mil pessoas confirmadas - acontecerá às 17h no Largo da Batata. Localização e horário das mobilizações em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e outras cidades ainda não foram divulgados. 

Confira abaixo a íntegra do manifesto, intitulado "Contra a direita, por mais direitos" 

Vivemos um momento de descontentamento social e grande polarização política no país. De um lado, uma contra-ofensiva conservadora com manifestações que tentam canalizar essa insatisfação para uma agenda de retrocesso. Elas tiveram eco no Congresso Nacional – que tornou-se um reduto do atraso político, sob o comando de Cunha e Renan Calheiros – e pautou propostas como: a redução da maioridade penal, a PL 4330 da terceirização, a lei antiterrorismo, a autonomia do BC e a PEC da Corrupção, que legaliza as doações empresariais para as eleições. A direita tenta impor a sua agenda política semeando a intolerância e o ódio, propondo políticas que incentivam o racismo, o machismo e a LGBTfobia.

Defensora do governo Dilma encara ato a favor do impeachment:

De outro lado, o governo federal faz a opção de jogar o custo da crise mundial no colo dos trabalhadores. O ajuste fiscal e as medidas propostas pelo ministro Joaquim Levy reduzem direitos dos trabalhadores, dificultam o acesso a políticas e direitos sociais, corta investimentos para educação e moradia. Associado ao aumento de tarifas, que vem sendo seguido por vários governos estaduais, só agrava a situação do mais pobres. Sem falar na crise da água em São Paulo que é de responsabilidade do governo tucano no estado. A política de ajuste fiscal do Governo Federal é indefensável e dá espaço para que as bandeiras levantadas pela direita ganhem apoio.

Entendemos que a saída da crise é pela esquerda. O ajuste deve sim ser feito, mas taxando aqueles que sempre lucraram com as crises. É preciso taxar as grandes fortunas, os lucros e os ganhos com a especulação financeira e na bolsa de valores, limitar a remessa de lucros para o exterior, reduzir drasticamente os juros básicos da economia e uma auditoria da dívida pública. O caminho para mudanças populares no país um Programa de Reformas Estruturais como a tributária, que implante a progressividade nos impostos, a urbana para atender a enorme demanda habitacional do país, a agrária que garanta trabalho e soberania e segurança alimentar para a população e a democratização dos meios de comunicação.

MTST protesta em SP contra ajuste fiscal e elitismo:

O enfrentamento da corrupção deve ser feito com a defesa clara de uma Reforma Política Democrática, com o fim do financiamento empresarial das eleições e o aprofundamento da participação popular. Neste sentido é preciso fortalecer iniciativas como o projeto da Coalização Pela Reforma Política Democrática, a Campanha por uma constituinte do sistema político e o Devolve Gilmar, que exige a retomada imediata do julgamento da ADI 4650, obstruída escandalosamente a um ano pelo Ministro Gilmar Mendes.

Por tudo isso estaremos nas ruas no próximo dia 15 de abril. É fundamental construir uma agenda política alternativa que combata as propostas da direita e que ao mesmo tempo defenda os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras contra os ajustes antipopulares propostos pelos governos estaduais e federal. Essa agenda comum deve ser a base para a unificação de todos os setores populares e da esquerda em torno de um calendário de mobilizações em defesa e ampliação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, do povo pobre e de todos os setores oprimidos da sociedade. Deve também apoiar todas as iniciativas de luta e resistência, como a greve dos professores de São Paulo. Contra a direita, por mais direitos.

Fonte: Terra
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