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Crise e questão latina devem pautar encontro de Obama e Lula

14 mar 2009 - 10h20
(atualizado às 11h58)
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As relações dos Estados Unidos com a América Latina, a cooperação energética e dois encontros de cúpula que ocorrerão em breve devem ser os pontos altos da agenda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado.

Lula se encontrará com Obama às 12h (horário de Brasília) e será um dos poucos líderes mundiais a ter visitado o democrata em Washington desde que ele tomou posse, no dia 20 de janeiro.

O encontro tem como cortina de fundo a crise econômica e financeira global, assunto que dominará duas reuniões de cúpula no próximo mês, nas quais ambos os líderes estarão presentes: o encontro do G20, das potências mundiais e emergentes, no dia 2 de abril, e o Encontro das Américas, que ocorrerá entre os dias 17 e 19 de abril.

Autoridades dizem que Obama e Lula discutirão a crise econômica e a preparação para os encontros, enquanto tratam de assuntos como mudanças climáticas, biocombustíveis e a política dos EUA em relação aos vizinhos do Brasil na América Latina.

"Os dois presidentes usarão esta oportunidade para discutir o fortalecimento de nossa cooperação bilateral, assuntos hemisféricos e globais, incluindo como lidar com a crise financeira antes do encontro do G20", afirmou Mark Hammer, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Diferenças entre os EUA e a Europa sobre como tratar a crise financeira vieram à tona antes do encontro do G20. Washington quer maiores gastos governamentais, enquanto países como a França buscam ênfase em uma regulação de mercado mais rígida.

Reaproximação

Lula deve usar a influência do Brasil como força regional para pressionar Obama por um maior engajamento e menores sanções ao lidar com as disparidades sociais e problemas econômicos da América Latina.

"O que eu quero é que os Estados Unidos olhem para a América Latina e para a América do Sul com um olhar amistoso", disse Lula. "Somos um continente democrático e pacífico e os Estados Unidos deveriam olhar para a produção e o desenvolvimento, não só para o tráfico de drogas e o crime organizado."

Lula também fará um apelo a Obama para que suspenda o antigo embargo a Cuba e tente uma reaproximação com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, um dos maiores críticos de Washington.

Thomas Shannon, secretário-adjunto de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, disse que os Estados Unidos estimam os esforços brasileiros para promover o diálogo regional.

Analistas disseram que a visita de Lula à Casa Branca tão cedo no mandato de Obama ilustra o reconhecimento, por parte dos EUA, da importância do Brasil.

"Os Estados Unidos estão bastante conscientes de que o Brasil está se tornando um grande 'player' no cenário mundial", afirmou Leonardo Martinez-Diaz, membro do Brookings Institution, baseado em Washington.

Ainda que política energética e esforços para combater o aquecimento global devam ser tratados, Lula provavelmente terá dificuldades com sua demanda para que os EUA reduzam tarifas de importação para o etanol brasileiro. "Nesse ponto, os biocombustíveis recuaram na agenda", disse Martinez-Diaz, destacando o preço baixo do petróleo.

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