Ciúme, traição e vingança são alguns dos elementos que tornam ainda mais complexos os crimes do amor. Quando a paixão vira ódio Ciúme, traição e vingança são alguns dos elementos que tornam ainda mais complexos os crimes do amor. Homens, mulheres e adolescentes, cegos de paixão e ódio, se transformam em homicidas, às vezes por uma gração de segundo. As tragédias chocam pela carga emocional envolvida e aumentam a especulação sobre o que acontece na intimidade de cada um. Relembre casos selecionados pelo Terra em que o amor acabou em morte: Angelina Filgueiras, 42 anos, morreu em junho de 2012, durante uma briga entre seu ex-marido e o atual namorado, em Niterói (RJ). Segundo depoimento do namorado da vítima, Jolmar Wagner Milato, 40 anos, o capitão da Marinha Márcio Luiz Fonseca, 48 anos, entrou na casa da ex-mulher e encontrou o casal. Os dois homens entraram em luta corporal e a irmã de Angela Bismarchi avisou que se mataria caso eles não parassem. A perícia constatou que Angelina atirou contra o próprio peito. Irmã de Angela Bismarchi morre com tiro no peito Em seguida, Milato pegou a arma e atirou contra Fonseca, que morreu na hora. Angelina chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu ao ferimento. Segundo familiares, ela sofria de depressão e já tinha tentado o suicídio. No momento do crime, Angela Bismarchi estava no reality show A Fazenda, da Record. Mesmo abalada com a notícia da morte da irmã, ela decidiu ficar no programa. Empresário mata ex e comete suicídio A procuradora federal do INSS Ana Alice Moreira de Mello, 35 anos, foi assassinada a facadas na madrugada do dia 2 de fevereiro de 2012 em sua casa em um condomínio de luxo em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte (MG). Em depoimento, a babá dos filhos da procuradora disse ter presenciado uma discussão entre a mulher e seu ex-marido, o empresário Djalma Brugnara Veloso (foto), que não aceitaria o fim do relacionamento. Durante a briga, a babá decidiu se trancar com as crianças dentro de um dos cômodos da casa e, ao perceber que os gritos haviam cessado, decidiu procurar por Ana Alice, que foi achada morta no chão. Procurado pela polícia, Veloso foi encontrado morto na noite do mesmo dia, em um motel às margens da BR-356, na zona sul de Belo Horizonte. Ao identificar várias perfurações de faca no corpo do empresário, a Polícia Civil concluiu que o suspeito se automutilou antes de cometer suicídio. Com a morte do principal suspeito pela morte da procuradora, os investigadores solicitaram a extinção do inquérito. Advogado mata namorado da ex No Rio de Janeiro, o relacionamento de 15 anos de Regina Márcia D’Ávila de Oliveira e o advogado Antônio Passos Costa de Oliveira acabou em 2009 após, segundo ela, constantes ameaças e agressões. A perseguição, no entanto, continuou até agosto de 2011, quando, em uma manhã, ele atirou quatro vezes contra o Audi em que estavam a ex-mulher e o namorado, Rolando Manuel Morgado Simões, que morreu. Regina foi atingida de raspão na cabeça, enquanto o filho do casal, de 12 anos, teria assistido tudo. Ele não se feriu. Segundo a mulher, Antônio teria tentado assassiná-la em um sítio, mas a ocorrência não foi registrada. Em abril, ela havia procurado a polícia para denunciar o ex por ameaças, mas a queixa foi retirada dois meses depois. Um dia antes do crime, o ex-marido ainda teria tentado invadir o apartamento onde Regina morava. Antônio foi preso.> Verônica estrangula empresário em motel Apesar de Verônica Verone, 18 anos, negar ser amante do empresário Fábio Gabriel Rodrigues, 33 anos, a família da jovem confirmou que os dois saíam juntos. Em maio de 2011, o empresário, separado e pai de dois filhos, foi a um motel em Niterói com Verônica e morreu estrangulado por ela. Depois do crime, a jovem arrastou o corpo da vítima, de 1,90 m, escada abaixo até a porta da garagem. Em seguida, Verônica deixou o local dirigindo o carro de Fábio. A defesa de Verônica afirma que ela sofre de síndrome do pânico e reagiu quando o empresário tentou tirar sua roupa, pois lembrou de uma suposta tentativa de abuso por parte do pai quando era criança. A família de Fábio, porém, diz ter rejeitado Verônica porque ela teria sido o pivô da separação do empresário. O crime, para eles, teria sido uma vingança. Em novembro do mesmo ano, a jovem foi condenada a 15 de prisão pelo crime. Eloá: cárcere privado e morte no ABC Inconformado com o fim do namoro com Eloá Cristina Pimentel, 15 anos, o motoboy Lindemberg Alves, 22 anos, invadiu o apartamento em que a ex fazia um trabalho com três colegas de colégio, em Santo André (SP), e fez os quatro reféns. Sob a mira de uma arma, um a um foi sendo libertado. Menos Eloá, que, após 101 horas, foi baleada na cabeça poucos antes da invasão da polícia. Ela morreu no dia seguinte. O caso ficou marcado pela negociação atrapalhada: a melhor amiga de Eloá, já libertada, retornou ao cativeiro e Lindemberg chegou a ser entrevistado por um programa de televisão, por telefone. A invasão também foi criticada, já que não conseguiu evitar que as duas adolescentes fossem baleadas. A amiga de Eloá sobreviveu. Lindemberg foi condenado, em 2012, a 98 anos e 10 meses de prisão. Queimada viva dentro do carro do marido Era Dia dos Namorados quando a jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues foi encontrada carbonizada dentro do carro do marido em Novo Hamburgo (RS). Em 12 de junho de 2004, Luiz Henrique Sanfelice, empresário do ramo calçadista, correu para o local quando soube do crime, mas o corpo já estava em um caixão, segundo ele. Dois dias depois, Sanfelice participou de uma passeata contra a violência, mas cinco dias depois estava preso suspeito de ter matado a mulher. Ele negou o crime. Para a polícia, a motivação do empresário para cometer o homicídio foi uma suspeita de traição e um seguro de vida com prêmio de R$ 350 mil. O crime brutal - Beatriz foi queimada enquanto ainda estava viva - revelou um casamento conturbado: uma das crises teria sido motivada por fitas descobertas pela jornalista em que o marido aparece fazendo sexo com prostitutas. Sanfelice foi condenado pelo crime e fugiu para a Espanha, onde tem cidadania, quando ganhou o benefício do semiaberto. Capturado na Europa, ele foi extraditado ao Brasil no início de 2011 para cumprir o restante da pena. Esquartejada em consultório de amante A discussão entre o cirurgião plástico Farah Jorge Farah e sua amante e ex-paciente, Maria do Carmo Alves, terminou em um crime chocante. Em janeiro de 2003, a mulher procurou o médico em seu consultório armada com uma faca, segundo Farah. O que aconteceu depois, afirmou o cirurgião, ficou esquecido em um "lapso de memória". A investigação apontou que o médico esfaqueou a vítima no pescoço e deixou o consultório, onde a amante morreu. Ao retornar, quatro horas depois, ele esquartejou o corpo em nove pedaços e, para dificultar a investigação, removeu as digitais dos pés e das mãos, além da pele do rosto e do peito. De acordo com a polícia, Farah ainda limpou o consultório e colocou as partes do corpo da amante em sacos plásticos. Os restos morais foram encontrados dois dias depois do crime, no porta-malas do carro do cirurgião. Ele confessou o crime, mas argumentou que era perseguido pela ex-paciente. Em 2008, o médico foi condenado a 13 anos de prisão, mas ganhou o direito de aguardar todas as possibilidades de recurso em liberdade. Jornalista assassinada em haras A editora de economia do jornal O Estado de S. Paulo no final dos anos 90, Sandra Gomide, e o diretor de redação da publicação, Antônio Pimenta Neves, namoraram por cerca de três anos. Trinta anos mais velho que a jornalista e inconformado com o fim do relacionamento, Pimenta Neves demitiu, ameaçou e perseguiu Sandra, segundo relato de amigos e familiares dela. Os ataques de ciúme terminaram em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo, em agosto de 2000, quando a jornalista foi morta com dois tiros, disparados por Pimenta Neves. Depois do crime, ele teria ligado para a redação do jornal para saber dos repórteres de polícia se a ex-namorada havia morrido. Depois, acompanhado de um advogado, confessou o crime e entregou a investigadores a arma. Em 2006, foi condenado a prisão, mas conseguiu recorrer em liberdade até 2011, quando foi negado seu último recurso. Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o jornalista foi preso. Crime de novela na vida real Daniella Perez tinha 22 anos e era famosa pelo papel de Yasmin na novela De Corpo e Alma, da TV Globo, quando foi assassinada com 18 golpes de tesoura, em 1992. O crime chocou ainda mais o meio artístico - Daniella era filha da novelista Glória Perez - e os telespectadores quando a investigação apontou que o ator Guilherme de Pádua, que na mesma novela viveu um personagem apaixonado por Yasmin, e Paula Thomaz, mulher de Guilherme à época, foram os autores do crime. O ator disse que a colega o assediava e perseguia. Durante um encontro de Daniella com o casal, as duas mulheres teriam iniciado uma briga e Guilherme, ao tentar apartar, disse ter sufocado até a morte a atriz com o braço em torno de seu pescoço. Ao se dar conta da morte de Daniella, segundo ele, Paula Thomaz, grávida, teve a ideia de golpear a atriz para que o homicídio parecesse "um crime praticado por um fã alucinado". Os dois foram presos e condenados pelo crime. Pai de atriz mata mulher a facadas Em 1970, o procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo matou a mulher com 11 facadas. Transtornado com a suspeita de que Margot Proença Gallo tinha um caso com seu professor de francês e depois de fazer uma investigação particular, ele discutiu com a mulher e cometeu o crime em casa, segundo relato do livro Paixão no Banco dos Réus, da procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf. Uma das filhas do casal é a atriz Maitê Proença. Ainda segundo o livro, Augusto foi absolvido em dois julgamentos e morreu em 1989. Apesar da grande repercussão do caso na época, Maitê Proença evitava falar sobre o crime em público. Até que, em 2005, durante o quadro Arquivo Confidencial, o programa Domingão do Faustão trouxe à tona o assunto ao vivo. Depois disso, ela escreveu um livro com histórias de sua vida pessoal misturadas com ficção. mais especiais de notícias