PUBLICIDADE

CPI aponta despreparo da polícia sobre desaparecimento de adolescentes em Goiás

3 fev 2010 - 11h58
Compartilhar

A presidente da CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara, deputada Bel Mesquita (PMDB-PA), afirmou hoje (3) que não apenas a Polícia Civil de Goiás mas as dos demais estados estão despreparadas para tratar de casos de desaparecimento de menores.

Deputados federais que integram a CPI participam neste momento de uma audiência pública em Luziânia, cidade do Entorno do Distrito Federal, onde acompanham a investigação que tenta esclarecer o desaparecimento de seis adolescentes durante o último mês.

"O que temos visto em audiências públicas é que existe não um descaso, mas um despreparo no trato com casos de crianças e adolescentes desaparecidos. Queremos apurar em que momento e de que forma esses casos precisam ser tratados e resolvidos."

Bel afirmou ainda ter recebido um telefonema do senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da Pedofilia, e que há interesse do Senado em contribuir com as investigações. Às 14h, a comissão também se reúne na Câmara Municipal de Luziânia.

"Se a CPI da Pedofilia conseguiu implantar modificações sérias no modo de agir e de ver o que é realmente a pedofilia e quais os direitos das crianças e adolescentes, essa CPI também pretende isso. Uma CPI

atuando

com outra CPI, tenho certeza de que vamos lograr sucesso."

Para a relatora da CPI, deputada Andréia Zito (PSDB-RJ), há descaso inclusive no atendimento às famílias dos adolescentes desaparecidos na cidade goiana. Pouco antes do início da audiência, a mãe do adolescente George Rabelo desaparecido desde o último dia 10 passou mal e só foi atendida quase meia hora depois.

"A gente chega aqui e percebe o desespero justamente porque as famílias não têm uma resposta, chegam à delegacia e a questão fica em oculto. É uma prova de que existe um total desrespeito em relação ao sofrimento delas. Viemos cobrar investigação e o procedimento devidos."

Keila Rabelo, prima de George, explicou que a mãe do menino, Cirlene Rabelo, sofre de problemas cardíacos e de pressão alta. Ela explicou que a família mora em um bairro pobre de Luziânia, onde não há asfalto. "A gente é esquecido aqui, ninguém faz nada. A polícia nem chega lá porque não tem estrada para passar."

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
TAGS
Publicidade