Corpo de enfermeira boliviana é violado em cemitério
Corpo de Maribel Laura Tancara Nina foi encontrado nu ao lado do caixão, na madrugada desta quarta-feira (24)
A Polícia Civil investiga a violação do túmulo da enfermeira boliviana, Maribel Laura Tancara Nina, de 31 anos, cujo corpo foi encontrado nu ao lado do caixão, na madrugada desta quarta-feira (24), no cemitério São João Batista, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Maribel foi morta domingo, 21, com um golpe de canivete no pescoço, durante uma discussão com o marido, o atendente Willian Diego Ferreira Egri, de 27 anos, que está preso. A filha do casal, de sete meses de idade, está desaparecida, possivelmente levada pelos pais de William.
De acordo com a polícia, o corpo foi retirado do caixão que estava em uma gaveta, arrombada por desconhecidos, e deixado nu ao lado do túmulo. Ao lado do caixão foram encontrados objetos, como copos de iogurte, dois ovos de galinha cozidos, uma maçã e uma garrafinha de água com os dizeres “tratamento espiritual” escritos no rótulo.
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Segundo a delegada plantonista Júnia Cristina Macedo Veiga, que atendeu a ocorrência, o corpo foi enviado para o Instituto de Criminalística (IC) para apurar se houve ato de necrofilia. “Este caso será enviado para a Delegacia da Mulher, onde já correm a investigação do homicídio e do desaparecimento da criança”, disse Júnia.
Inicialmente a polícia suspeitou que o corpo pudesse ter sido removido para a prática de ritual de feitiçaria, mas como estava nu, também se levantou a hipótese de necrofilia. Por isso, o corpo foi enviado para análise no IC, onde se encontrava até a tarde desta quarta-feira. No entanto, depois de conversar com parentes, a polícia passou a investigar a possibilidade de ter ocorrido furto.
Segundo a titular da Delegacia da Mulher de Rio Preto, Dálice Ceron, desconhecidos podem ter arrombado a gaveta para furtar outros objetos, valiosos, que estavam dentro do caixão. “Parentes da vítima me disseram que os bolivianos têm costume de deixar lembranças nos caixões de pessoas queridas que morrem, como objetos, roupas, comida e até joias e dinheiro”. No caso da enfermeira, amigos teriam depositado quantias em dinheiro e bijuterias, que a enfermeira gostava de usar, além de comidas e frutas.
A delegada disse que, embora não acredite em prática de necrofilia, vai aguardar o resultado dos exames do IC. “Isso (necrofilia) pode não ter ocorrido. Sabemos que em muitos casos, as roupas são apenas sobrepostas sobre os corpos. Pode ser que tenham feito isso, e na hora de retirarem o corpo da moça do caixão, as vestes saíram, por isso, ele estaria nu”, comentou a delegada. “Mas vamos esperar o resultado do exame para que nada fique nebuloso”, acrescentou.
Criança desaparecida
A delegada espera para esta quinta-feira, 25, a presença da avó paterna da filha da enfermeira para pedir que devolva a neta aos avós maternos.
Segundo a delegada, os pais da enfermeira disseram que a criança foi levada pela avó paterna, que não teria mais entrado em contato com a família para devolver a criança.
A Vara da Infância e da Juventude determinou buscas da menina e sua devolução para os avós maternos, com quem a criança estava mais acostumada a conviver.
Os familiares da enfermeira também disseram que o homicídio foi motivado por um mal entendido do casal. Segundo eles, o marido da enfermeira não entendeu os motivos da viagem que ela faria à Bolívia e imaginou que ela estivesse terminando o casamento.
“Ao que parece ela iria revalidar um certificado de pós-graduação feito em Rio Preto para que pudesse ter mais chances na carreira, mas o marido entendeu que ela queria abandoná-lo ao dizer que levaria a criança”, contou a delegada.
Na discussão, ele teria retirado o canivete das mãos da enfermeira e a golpeado no pescoço. Depois de preso, William ficou sabendo que a mulher tinha morrido e entrou em desespero na prisão.
