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Conar vai analisar anúncio de "O Boticário" com casais gays

Conselho de publicidade recebeu 30 queixas contra comercial do Dia dos Namorados; campanha continua no ar

3 jun 2015 - 16h09
(atualizado às 20h50)
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Após receber cerca de 30 queixas de consumidores, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu abrir um “processo ético” para analisar o comercial da marca de cosméticos “O Boticário” veiculado na TV para o Dia dos Namorados. A propaganda, que traz vários casais trocando presentes e se abraçando – incluindo casais homoafetivos –, ganhou as redes sociais e gerou debate entre críticos e defensores.

Comercial na TV mostra casais trocando presentes e se abraçando
Comercial na TV mostra casais trocando presentes e se abraçando
Foto: Reprodução

De acordo com o Conar, a representação foi aberta para verificar se as queixas têm fundamento conforme o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, que estabelece que “os anúncios não devem conter afirmações ou apresentações visuais ou auditivas que ofendam padrões de decência que prevaleçam entre aqueles que a publicidade poderá atingir”.

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O órgão informou que a abertura do processo não significa nenhum juízo sobre o conteúdo do comercial, que continuará no ar. O caso deverá ser julgado em julho pelo órgão, que poderá pedir o arquivamento do processo; alterações na peça publicitária; ou a suspensão da propaganda. Em nota, "O Boticário" informa que ainda não recebeu qualquer notificação do Conar.

Campanha para o Dia dos Namorados gera reação homofóbica:

Batalha virtual

O comercial se viu no centro da polêmica na última segunda-feira, quando o site “Reclame Aqui” começou a receber diversas críticas de teor homofóbico. A empresa, então, respondeu aos comentários dizendo que “acredita na beleza das relações”. Mesmo assim, críticos e defensores da campanha começaram uma batalha virtual na qual pediam “likes” e “dislikes” para o vídeo na internet. Na noite desta quarta-feira, enquanto os “likes” estavam em 300 mil, os “dislikes” estavam bem abaixo, na casa dos 173 mil.

A empresa afirma que a proposta da campanha é “abordar, com respeito e sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor – independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual - representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados”. Em meio às críticas que recebeu, "O Boticário" reitera ainda “que valoriza a tolerância e respeita a diversidade de escolhas e pontos de vista”.

Caso da Arezzo

Esta não é a primeira vez que o Conar recebe reclamações sobre anúncios que retratam o universo LGBT – ou que são vistos dessa forma pelo público. Em 2010, cinco queixas foram suficientes para abrir um processo para analisar um anúncio da marca de sapatos Arezzo com as atrizes Juliana Paes e Cléo Pires, veiculado em jornais e revistas.

De acordo com os consumidores que registraram as queixas, havia clima de romance entre as atrizes. Além disso, as queixas apontavam que a peça tratava as mulheres como objetos sexuais. Ao publicar o arquivamento do processo, o Conar afirmou que a “eventual conduta homossexual” das personagens não foi sequer analisada. Quanto ao apelo sexual, o órgão entendeu que as queixas eram exageradas.

“Para a relatora, o anúncio tem um cunho sensual, mas, a seu ver, é um exagero afirmar que a mensagem é contra a dignidade da mulher e que a Arezzo enxerga em suas consumidoras apenas objetos sexuais”, publicou o Conar.

Fonte: Terra
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