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Comissão da Verdade do RJ vai convocar general do DOI-Codi

General da reserva José Antônio Nogueira Belhamn comandou o destacamento quando o deputado federal Rubens Paiva foi morto

11 jun 2013 - 17h00
(atualizado às 17h07)
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O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, afirmou nesta terça-feira que o general da reserva José Antônio Nogueira Belham, que comandou o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio de Janeiro na época em que o deputado federal Rubens Paiva foi assassinado, em 1971, será convidado a depor na comissão fluminense.

Veja a história de alguns dos desaparecidos da ditadura

Belham comandou o DOI-Codi fluminense na época em que o deputado federal Rubens Paiva foi assassinado, em 1971, depois de ter sido preso e levado para o órgão de repressão do governo na ditadura militar. O corpo do parlamentar nunca apareceu, mas documentos obtidos pela Comissão Nacional da Verdade mostram que o militar da reserva recebeu dois cadernos de anotação que pertenciam a Paiva.

"O general da reserva vai ser convocado, sim, porque ele chefiou o DOI-Codi aqui no Rio de Janeiro. Estamos preparando os depoimentos para este mês e o início de julho", disse Damous.

Filho de general ocupa cargo de direção na Abin

No último final de semana, o jornal Correio Braziliense revelou que o general da reserva é pai do atual número 2 da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ronaldo Martins Belham, que tem acesso privilegiado a informações sobre o período militar brasileiro. 

Por conta disso, o presidente da Comissão da Verdade fluminense pediu o afastamento imediato de Ronaldo do cargo. “Eu defendo que não podemos estigmatizar o filho dele, mas é evidente que existe uma suspeição nesse caso. Existe, no mínimo, uma inconveniência”, afirmou.

Além de Damous, a coordenadora da Comissão da Memória, Verdade e Justiça da Câmara, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), classificou como “inadmissível” e “incompreensível” a permanência de Ronaldo Belham em uma posição de destaque na Abin. “Pela natureza do cargo que ocupa, não consigo compreender como ele pode exercer essa função, mesmo que não tenha nenhuma relação com os atos cometidos.”

Fonte: Terra
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