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Com doença rara, bebê sensibiliza e campanha é criada na web

A ação "Amigos do Pedrinho" já arrecadou R$ 342 mil; ele sofre da Síndrome do Intestino Curto (SIC)

30 mai 2014 - 18h03
(atualizado às 18h17)
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<p>Pedrinho está internado no Hospital Pediátrico Sabará, em São Paulo</p>
Pedrinho está internado no Hospital Pediátrico Sabará, em São Paulo
Foto: @amigosdopedrinho/Instagram / Reprodução

Perto de completar 9 meses fora da barriga da mãe, Pedro Libração da Lavra Baragão já enfrenta uma dura luta pela vida. A criança, nascida em São Paulo no dia 22 de agosto de 2013, sofre da Síndrome do Intestino Curto (SIC) e depende de um transplante de intestino delgado, um procedimento realizado apenas nos Estados Unidos, para sobreviver. Iniciada no dia 16 de maio, uma campanha na internet arrecada doações para atingir o valor necessário para a cirurgia, cujo custo varia entre US$ 800 mil e US$ 1 milhão.

A história de Pedrinho está começando a ganhar notoriedade e é muito semelhante à de Marina Calasans do Nascimento, um bebê quase com a mesma idade que ele e que sofre da mesma doença rara. A menina poderá fazer a cirurgia no exterior graças a uma mobilização nas redes sociais, com a qual a família recebeu cerca de R$ 2 milhões em doações. 

Os dois estão internados no mesmo andar do Hospital Infantil Sabará, no bairro Higienópolis, e Aline Da Lavra, mãe de Pedrinho, afirmou que levou seu filho à unidade, justamente, por causa de um contato anterior com os pais de Marina, por meio de uma comunidade no Facebook, que reúne familiares de crianças com SIC. 

Sobre a história de Pedrinho, Aline contou que fez diversos exames durante a gravidez e que, apenas na 26ª semana de gestação, um ultrassom indicou a possibilidade de obstrução intestinal. O diagnóstico mais conclusivo saiu após o nascimento e o menino foi submetido à primeira cirurgia com cinco dias de vida. Segundo a mãe, os médicos imaginavam que apenas uma correção simples resolveria o caso, mas descobriram durante a operação que a maior parte do intestino delgado do bebê estava necrosado. 

Com apenas 12 centímetros do órgão responsável pela absorção de nutrientes, a criança passou por nova cirurgia aos quatro meses. O procedimento, segundo a mãe, aumentou o intestino em cerca de 40% e trouxe melhora a seu filho por um tempo. Mas apenas por um tempo. Hoje, Pedrinho se alimenta por meio de uma sonda nasal, que leva leite hidrolisado (de fácil absorção) até o estômago.  O menino passou um mês em jejum após o nascimento, contando apenas com a nutrição parenteral, que é levada por um cateter até o coração. O próximo passo é deixar a sonda nasal e passar a usar uma gastrostomia, para que o leite chegue direto ao estômago. 

Aline explicou que o transplante se tornou indispensável porque a absorção de nutrientes está muito fraca. Se o valor necessário for obtido, a cirurgia será realizada em um hospital de Pittsburg, onde, segundo ela, há o maior percentual de sobrevida para esses casos. A família pode precisar ficar entre oito meses e um ano com o bebê nos Estados Unidos. 

A mãe do bebê afirmou que sofreu muita desconfiança em função da iniciativa. Aline disse que as pessoas questionavam inclusive a raridade da síndrome, já que há duas crianças com a mesma doença em um hospital, sem entender a raiz da história.  “Foi difícil, mas tem que desconfiar mesmo. Infelizmente há pessoas de má fé. Melhor verificar bem para ajudar a quem realmente precisa”, declarou.

Até a última quinta-feira, a campanha Amigos do Pedrinho havia arrecadado R$ 342 mil. Apesar do ritmo de doações estar mais lento do que no caso de Marina, Aline mantém a fé e lembra que as pessoas estão conhecendo a história dele apenas agora. “No começo foi algo bem caseiro, divulgamos apenas entre amigos”, disse. Entre as celebridades que já aderiram à causa estão Antônio Fagundes, Di Ferrero, Giovanna Antonelli, Rodrigo Hilbert, Celso Portioli, Compadre Washington e Isabella Fiorentino.

Apesar da gratidão ao incentivo das estrelas, a mãe fez questão de destacar o apoio dos familiares de Sofia, uma outra criança que ficou famosa na internet por necessitar de um transplante multivisceral.  Segundo Aline, a família tem se empenhado em ajudar Pedrinho, mesmo que a campanha Ajude a Sofia ainda esteja em andamento. “A gente não se vê como concorrente. Esses momentos difíceis são oportunidades para reavaliar valores como caridade e amor ao próximo”, finalizou. 

Fonte: Terra
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