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Cidades

Zara adere a pacto para erradicação do trabalho escravo

10 nov 2011 - 20h02
(atualizado às 20h38)
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A multinacional espanhola Zara e seus provedores diretos aderiram nesta quinta-feira ao Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, promovido por entidades governamentais e da sociedade civil. O acordo acontece meses após fiscais encontrarem trabalhadores das confecções da marca em regime análogo à escravidão em São Paulo.

Representantes da loja falam em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo
Representantes da loja falam em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo
Foto: Carlos Pessuto / Futura Press

Em junho, as investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT) e dos fiscais do Ministério do Trabalho descobriram 51 trabalhadores (46 bolivianos) em condições degradantes em uma confecção da empresa em Americana, interior paulista. No mês seguinte, foram encontrados 14 trabalhadores bolivianos e um peruano em situação análoga à escravidão em duas confecções na cidade de São Paulo.

A marca destacou, em comunicado, que o objetivo do acordo é "implementar ferramentas para que o setor empresarial e a sociedade brasileira avancem na promoção de condições sociais e de trabalho dignas, garantindo o cumprimento tanto da legislação brasileira como das normas internacionais". O pacto conta com o apoio de 220 empresas que representam um faturamento de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Com a adesão, a Zara assume 10 compromissos em sua gestão, entre eles uma fiscalização anual por parte do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da organização não governamental Repórter Brasil e do Instituto Observatório Social.

Felix Poza, diretor de Responsabilidade Social Corporativa do Grupo Inditex - da qual a Zara faz parte -, afirmou no comunicado que a decisão da empresa reforça a política de combate a qualquer forma de precariedade nas relações trabalhistas, além de reafirmar o empenho constante na promoção de condições adequadas de trabalho.

O MPT notificou a Zara para comparecer a uma audiência no próximo dia 18 para assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O acordo busca regularizar a cadeia produtiva da grife espanhola e reparar os danos causados aos trabalhadores flagrados em regime de trabalho semelhante ao escravo.

EFE   
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