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Veja vídeos do protesto que terminou em confusão em Porto Alegre

15 ago 2013 - 07h59
(atualizado às 08h00)
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Manifestantes tentam invadir prefeitura durante protesto em Porto Alegre:

A manifestação do Bloco de Lutas pela elaboração do projeto de passe livre pela prefeitura, na noite de quarta-feira, parecia que terminaria pacífico e com pouca adesão, já que na hora marcada para o início da mobilização, às 18h, com um frio de 9ºC, poucas pessoas estavam em frente da sede do governo municipal. No entanto, uma tentativa de ocupar o local pela porta traseira terminou em conflito, com a apreensão de um adolescente e um policial ferido.

O Bloco de Lutas definiu em uma de suas assembleias que passará a perseguir o prefeito José Fortunati, até que ele envie o projeto elaborado pelo grupo durante a ocupação da Câmara de Vereadores em uma ação que é chamada por eles de “Caça ao Fortuna”. “Nós pegamos a agenda dele e não vamos parar até que ele apresente o nosso projeto”, disse a coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luany Barros.

Manifestantes agridem PM em protesto em Porto Alegre:

Na noite de ontem, a mobilização começou com meia hora de atraso e com uma mobilização bem menor que a registrada em outros protestos. Pouco antes do início, um grupo de policiais da Tropa de Choque entrou na prefeitura.

Os manifestantes se posicionaram em frente à prefeitura e começaram a gritar palavras de ordem. Em determinado momento, um jovem encapuzado ameaçou queimar o cordão de isolamento com um isqueiro. A Guarda Municipal se aproximou do grupo, e um manifestante cuspiu no rosto do agente, enquanto outro oferecia uma flor. 

Por volta das 19h30, o grupo se dirigiu para os fundos da prefeitura e conversou com os guardas municipais, exigindo o direto de entrar, “vai ser uma ocupação”, dizia a manifestante. Sem acordo, a porta foi fechada e começou a tentativa de depredação com paus, cavaletes, pedras e tudo que era encontrado pela frente.

PM usa bombas para dispersar multidão em protesto no RS:

Sozinho, um policial tentou deter um manifestante, mas caiu no chão e foi agredido com chutes e pauladas. Logo em seguida chegou o reforço para resgatar o PM com o manifestante detido. Foi quando a tropa de choque entrou em ação, dispersando os manifestantes que voltaram a se reunir a poucos metros dali, em frente ao Mercado Público.

Quando o grupo descobriu que o detido era um adolescente, partiu em direção ao Departamento Estadual da Criança e Adolescente para pedir a liberação do garoto. Um dos manifestantes, que estava na prefeitura, chegou de carro e se apresentou como advogado. O jovem passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e foi conduzido para o Delegacia Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), onde seria entregue aos pais. 

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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