PUBLICIDADE

vc repórter: por rio poluído, Justiça no MS bloqueia R$ 6 milhões do governo

21 ago 2013 - 21h53
(atualizado em 22/8/2013 às 08h56)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, sofre intenso processo de assoreamento</p>
Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, sofre intenso processo de assoreamento
Foto: Victor Currales / vc repórter

O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) conseguiu na Justiça na última sexta-feira o bloqueio de mais de R$ 6 milhões em recursos destinados à publicidade dos governos do Mato Grosso do Sul e federal. A punição é consequência do não cumprimento de uma decisão que obriga os órgãos a elaborar e executar um plano de preservação e recuperação do rio Taquari, cujo processo de assoreamento ameaça o ecossistema da região.

O valor, exatamente R$ 6.033.332, é referente ao volume gasto mensalmente pelo governo estadual em publicidade institucional. Segundo o MPF, “só o governo estadual gasta mais de R$ 100 mil por dia com publicidade, metade do valor destinado à gestão ambiental e mais de duas vezes o valor destinado ao saneamento básico da população”.

Uma decisão liminar da Justiça Federal de Coxim (MS), de 21 de maio deste ano, havia determinado que a União e o governo do Mato Grosso do Sul iniciassem ações efetivas para a recuperação do rio. "A ordem judicial foi ignorada pelos réus, que sequer apresentaram um plano para recuperação do rio", publicou em seu site o MPF.

Segundo o órgão, o assoreamento do Taquari é considerado "um dos maiores desastres ambientais do País" e pode trazer sério riscos ao Pantanal. O rio faz parte da bacia do Alto Rio Paraguai, e compõe o Pantanal brasileiro - Patrimônio Nacional, Reserva da Biosfera e um dos sete Sítios do Patrimônio Mundial Natural.

Assoreamento do rio Taquari

O assoreamento, sinônimo para o acúmulo de sedimentos no leito do rio, gera os chamados “arrombados” - rompimentos das margens e sua consequente inundação. Este fenômeno tem como principais consequências as inundações permanentes, o desvio do leito do rio, perdas de áreas produtivas, alterações e perdas na biodiversidade, alteração no pulso de inundação e alteração dos canais de navegação.

De acordo com o MPF, o Taquari está em "processo adiantado de degradação ambiental", o que compromete o ecossistema, atividades econômicas e sobrevivência de 4 mil famílias pantaneiras que dependem diretamente do rio para sobreviver.

O internauta Victor Currales, de São Gabriel do Oeste (MS), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

vc repórter
Compartilhar
Publicidade
Publicidade