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vc repórter: na contramão de protestos, cidades de SP têm transporte gratuito

17 jun 2013 - 20h25
(atualizado em 18/6/2013 às 15h50)
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Ônibus circular, o único transporte público urbano de Potirendaba, é gratuito
Ônibus circular, o único transporte público urbano de Potirendaba, é gratuito
Foto: Prefeitura de Potirendaba / Divulgação

Enquanto milhares de manifestantes tomam as ruas das principais capitais do País para protestar contra o aumento nas tarifas no transporte, os moradores de Potirendaba, a 440 km de São Paulo, e de Agudos, a 330km,  não têm do que reclamar. Pelo menos não nesse quesito: as cidades têm  transporte público gratuito.

Em Agudos, município de pouco mais de 30 mil habitantes, uma frota de 16 ônibus que não cobram a passagem transporta cerca de 9 mil pessoas todos os dias, de segunda a sexta-feira das 6h às 23h. De acordo com a prefeitura local, o investimento para a manutenção do serviço varia de R$ 100 mil a R$ 120 mil mensais.

Já em Potirendaba, cuja população beira os 16 mil moradores, o único meio de transporte coletivo é o ônibus circular gratuito, que atende a cerca de 200 pessoas de segunda a sexta-feira, em 22 pontos diferentes, das 6h às 22h. 

A realidade nos dois municípios, mesmo com populações reduzidas, suscita o debate sobre a viabilidade de implementação de serviço semelhante em grandes capitais do País. Para o professor de administração pública da Unesp, Alvaro Martim Guedes, o transporte gratuito é viável, inclusive para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

"É uma questão de adaptação. Com transporte público gratuito, mais gente passaria a usar ônibus e metrôs e a abandonar carros e motos. Isso implicaria na redução dos custos do dia a dia e no consequente aumento de renda da população." Com isso, de acordo com o professor, seria possível aumentar a arrecadação com o aumento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para imóveis considerados de luxo. "Assim, quem tem maior capacidade contributiva ajudaria a financiar o serviço, ao pagar IPTU mais realista, e ainda beneficiaria quem tem renda mais baixa."

Outra saída, para o professor, seria a implementação do pedágio urbano. "Quem usa o carro, por qualquer motivo, seja status, comodidade ou necessidade, pagaria um pedágio cuja verba seria destinada ao transporte coletivo".

Mensurar o custo da operação é mais simples do que parece, segundo Guedes. "O cálculo consiste em encontrar a tarifa por quilômetro percorrido, como se fosse um taximetro. É um indicador bastante claro".

O internauta Evandro Zafalon, de Potirendaba (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

vc repórter
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