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Tragédia em Santa Maria

Vítimas em estado grave são transferidas para Porto Alegre

27 jan 2013 - 14h43
(atualizado às 20h25)
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Os frequentadores do parque Farroupilha, um dos locais preferidos pelos gaúchos para passar as tardes de domingo, pararam para acompanhar os vários pousos de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) trazendo vítimas do incêndio em uma casa noturna em Santa Maria, no centro do Estado. Um campo de futebol no centro do parque da Redenção foi transformado em heliponto e a movimentação de ambulâncias, carros do Corpo de Bombeiros e aeronaves chamou a atenção de quem passava pelo local. Até as 20h, 21 vítimas já haviam sido transferidas para hospitais de Porto Alegre, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. 

Helicóptero da FAB transporta feridos de Santa Maria para Porto Alegre
Helicóptero da FAB transporta feridos de Santa Maria para Porto Alegre
Foto: Lucas Rohãn / Terra

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Incêndio em boate deixa 232 mortos em Santa Maria

Todos os transferidos até agora são os casos mais graves. Eles possuem queimaduras pelo corpo e chegam em uma maca, completamente cobertos e recebendo soro. Imediatamente, uma equipe formada por socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) transfere o paciente para a ambulância, que sai em alta velocidade levando a vítima para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS), que fica nas proximidades.

De acordo com a secretaria, outros 11 feridos ainda seriam transferidos para a capital gaúcha. Além dos helicópteros, o transporte também é feito com aviões que pousam no aeroporto Salgado Filho. Conforme a sargento Márcia Fantinel, da Base Aérea de Santa Maria, por volta das 20h já haviam partido para Porto Alegre 13 voos.

O trânsito na avenida Osvaldo Aranha, uma das principais dessa região de Porto Alegre, é bloqueado para dar prioridade ao trabalho dos socorristas. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) em motocicletas escoltam as ambulâncias até o hospital. A recomendação é que os motoristas evitem a região, apesar de o fluxo só ser interrompido quando as ambulâncias precisam passar.

As cenas impressionam os frequentadores do parque. Ao lado do campo de futebol, centenas de pessoas com câmeras na mão aguardam a chegada dos helicópteros. 

Perplexos acompanhando o trabalho dos socorristas, os porto-alegrenses procuravam culpados para a tragédia que tirou a vida de 232 pessoas. Todos se mostravam indignados pela informação inicial de que os seguranças da boate Kiss não queriam deixar os jovens sair sem pagar a conta. Outros questionaram o fato de o extintor de incêndio não ter funcionado, segundo relatos de testemunhas. “É um absurdo isso! Agora que aconteceu uma tragédia vão começar a vistoriar todas as boates”, reclamava um gaúcho, ao lado do filho de cinco anos.

Nove hospitais de Porto Alegre disponibilizaram 109 leitos para atender os feridos. Além do HPS, vítimas podem ser levadas para o hospital Cristo Redentor, Mãe de Deus, Conceição, além da Santa Casa de Caridade da capital gaúcha. As secretarias municipal e estadual de Saúde montaram equipes formadas por médicos, enfermeiros e cirurgiões plásticos em Santa Maria e na capital. Eles avaliam as vítimas e os casos mais graves têm prioridade na transferências para Porto Alegre. 

Mais cedo, o médico Claudio Azevedo, do Hospital de Caridade de Santa Maria, informou que pelo menos sete vítimas, em estado grave, seriam levadas de helicóptero e avião para Porto Alegre. Pelo menos 40 pacientes respiravam com a ajuda de aparelhos. "Foram muitos casos de queimaduras nas vias aéreas. A grande maioria das vítimas sofreu asfixia. Em um primeiro momento, estive no local, mas depois, o principal trabalho passou a ser nos hospitais, para socorrer aqueles que sobreviveram", disse ele.

Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
 
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
 
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

Fonte: Terra
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