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Tragédia em Santa Maria

Vítimas da Boate Kiss terão acompanhamento após alta

5 fev 2013 - 21h28
(atualizado às 21h32)
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Foi definida pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira, a criação de uma rede de serviços de assistência aos pacientes vítimas do incêndio ocorrido no último dia 27 de janeiro, na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que estão recebendo alta e necessitam de acompanhamento médico. A intenção é formar um grupo de profissionais da área especializada e de atenção primária, com objetivo de monitorar cada paciente, após a alta médica.

Interior de boate ficou totalmente destruído após incêndio que matou 238 pessoas
Interior de boate ficou totalmente destruído após incêndio que matou 238 pessoas
Foto: Policia Civil / Reuters

Galeria de fotos: Veja quem são as vítimas do incêndio em boate de Santa Maria

Infográfico: Veja como a inalação de fumaça pode levar à morte

Veja relatos de sobreviventes e familiares após incêndio no RS

O diretor do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), do Ministério da Saúde, Carlos Eduardo Nery Paes, que atua no atendimento às vítimas do incêndio afirmou que os pacientes e familiares continuam recebendo a assistência médica e psicológica no tempo certo. “O momento é de unir forças para apoiar as famílias das vítimas no que for necessário. É preciso que não sejam medidos esforços para recuperar esses pacientes e fazer o possível para confortar as famílias envolvidas nesta tragédia”, destacou Nery.

O médico chefe da equipe da Universidade de Toronto, no Canadá, Marcelo Cypel, especialista na técnica de ventilação extracorpórea , que chegou recentemente ao Rio Grande do Sul, disse estar impressionado com a dedicação, organização e com a mobilização dos profissionais de saúde que estão cuidando das vítimas do incêndio. “Fiquei positivamente surpreso em relação aos cuidados que os pacientes estão recebendo nas UTIs, com a dedicação das equipes médicas, de enfermagem, de fisioterapia.”

Atendimento

O Ministério da Saúde criou o Núcleo de Atenção Psicossocial como plano de ação para atenção aos familiares e vitimas do incêndio em Santa Maria. O grupo conta com 164 profissionais divididos em equipes.

Já foram realizados mais de 490 atendimentos, individuais e em grupo, desde o início da ação. O Ministério da Saúde, em parceria com a secretaria estadual e a organização Médicos Sem Fronteira também está capacitando todos os voluntários e profissionais envolvidos nessas atividades.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, 81 pacientes permanecem hospitalizados, sendo que 23 estão com ventilação mecânica e 58 não utilizam o dispositivo.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: Terra
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