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Tragédia em Santa Maria

'Uma menina morreu em meus braços', diz sobrevivente

27 jan 2013 - 16h19
(atualizado às 17h39)
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Sobreviventes do incêndio em uma boate de Santa Maria, Rio Grande do Sul, que deixou 232 mortos e 131 feridos na madrugada deste domingo, contam os momentos de terror e pânico que viveram:

Dilma se emociona ao falar sobre incêndio em Santa Maria:

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Incêndio em boate deixa 232 mortos em Santa Maria

"Foi um horror. Perdi um amigo muito próximo. As saídas de emergência eram insuficientes; perdi meu amigo de vista na confusão (...) Uma menina morreu em meus braços. Senti quando seu coração parou de bater. Só tinha visto isso no cinema (...) As barreiras de metal usadas para organizar as filas de espera bloquearam a evacuação. As pessoas se trombavam, caíam. Ajudei a levantar as barreiras. Os bombeiros também se intoxicavam com a fumaça (...) Mesmo correndo risco, as pessoas entravam na boate para tentar salvar vidas. As ambulâncias não davam conta do número de feridos. Não conseguimos usar a saída de emergência. Os que estavam no fundo da boate ficaram presos", disse o dentista Mattheus Bortolotto ao canal de TV Band News.

"Todo mundo empurrava, foi questão de segundos. O fogo era pouco, mas, em questão de segundos, espalhou-se", afirmou Taynne Vendrusculo ao canal de TV Globo News.

"A Gurizada tocava na festa, quando vi que iriam fazer um show pirotécnico. Foi aí que a faísca iniciou o fogo no teto. Íamos procurar o extintor para apagá-lo, mas, quando vimos, todo o local já estava em chamas. Pedimos às pessoas que saíssem, tinha muita gente ali. Durante o tumulto, começaram a ser pisoteadas (...) Tentamos resgatar pessoas, mas algumas tinham 80% do corpo queimado e não resistiram", disse o segurança Rodrigo à TV Globo.

"Como eu estava perto da porta, graças a Deus saí correndo, e em cinco minutos estava do lado de fora. Uma pessoa me chamou para tirar fotos na área VIP, por isso eu estava ali, tinha uma visão melhor. Normalmente, fico no meio das pessoas, foi sorte. Achei que fossem apenas um fogos pequenos, ouvi a gritaria e achei que fosse uma briga. Foi quando ouvi gritarem: 'fogo!', vi a fumaça e saí correndo", descreveu a fotógrafa Fernanda Bona à TV Globo.

Incêndio em casa noturna

Um incêndio de grandes proporções deixou ao menos 232 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile para seguir a Santa Maria.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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