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Tragédia em Santa Maria

RS: sócio da Kiss organizou cobrança e concordou com obras, diz jornal

8 mar 2013 - 07h57
(atualizado às 08h10)
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O sócio-proprietário da boate Kiss, Mauro Hoffmann é apontado como o homem que organizou o sistema de cobranças de clientes da casa noturna e de ter concordado com as obras clandestinas feitas pelo sócio Elissandro Spohr, o Kiko, presos na Penitenciária Estadual de Santa Maria (RS). A informação foi dada por uma pessoa muito próxima aos dois empresários, que não quis se identificar, ao jornal Zero Hora. A defesa de Hoffmann, no entanto, afirma que ele é apenas um investidor, sem envolvimento ou gerência na administração da boate onde ocorreu o incêndio que matou mais de 240 pessoas. "Ele (Kiko) não pede autorização para aumentar o preço. Informa que irá aumentar", disse o advogado Mario Cipriani, defensor de Hoffmann, referindo-se à forma supostamente isolada como Kiko administrava a boate, citando um e-mail trocado entre os dois.

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Veja a lista com os nomes das vítimas do incêndio da Boate Kiss

Em setembro de 2011, Hoffmann investiu R$ 500 mil para organizar a cobrança na boate, que não estaria dando lucro. Mandou instalar cinco caixas registradoras e barra de ferro na porta para não permitir que as pessoas que saíssem para fumar fossem embora sem pagar. "Kiko tomava as decisões do cotidiano, mas todas as reformas foram feitas com a anuência de Mauro, que tem 20 anos de experiência no ramo", afirmou Sandro Meinerz, um dos delegados encarregados do caso. Braço direito de Sphor na Kiss, Ricardo de Castro Pasch, 31 anos, declarou que “Kiko nunca fazia reformas sem o consentimento de Mauro”.

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou mais de 230 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

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Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

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A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Fonte: Terra
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