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Tragédia em Santa Maria

RS: polícia apreende computador e documentos de dono de boate

1 fev 2013 - 20h10
(atualizado às 21h57)
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A polícia de Santa Maria (RS) apreendeu, na tarde desta sexta-feira, um computador e documentos na casa de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate Kiss, onde mais de 230 pessoas morreram em um incêndio no último domingo.

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No começo da tarde de hoje, a prisão temporária dos proprietários da boate e de dois integrantes da banda que se apresentava no momento do incêndio foi prorrogada pela Justiça por 30 dias. A polícia admitiu que pode indiciá-los homicídio culposo.

O delegado que comandou o inquérito, Marcelo Arigony, se afastou temporariamente das investigações nesta sexta-feira, segundo informou a polícia, para resolver problemas pessoais. Na segunda-feira ele volta ao comando das investigações.

Durante toda a sexta-feira, equipes do Instituto Geral de Perícias trabalharam na boate para elucidar os mais de 30 questionamentos feitos pela polícia. Mas os policiais, preliminarmente, já sabem que a espuma produziu a substância tóxica que asfixiou as vítimas, que o sistema de ventilação dos banheiros estava fechado, e que havia barras que prejudicaram a saída das pessoas no momento de pânico. Nesta sexta-feira, mais 12 pessoas prestaram depoimento, totalizando 72 oitivas desde o início das investigações.

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

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Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

 
Fonte: Terra
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