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Tragédia em Santa Maria

RS: ex-funcionária da Kiss deve depor nesta terça-feira

23 jul 2013 - 04h08
(atualizado às 04h08)
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Em mais um dia de depoimentos de vítimas no processo criminal da tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), a maior expectativa é pelo que vai falar uma ex-funcionária da casa noturna, que também trabalhou na casa de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios do estabelecimento e réu na ação. Estão programados cinco depoimentos para esta terça-feira, a partir das 9h30.

O primeiro depoimento do dia será do personal trainer Ezequiel Lovato Corte Real, que ficou conhecido por retirar cerca de 30 pessoas da Kiss. Algumas não resistiram, mas várias foram salvas por ele. Ezequiel poderá relatar a experiência como frequentador da casa noturna e como foi a operação de resgate das vítimas.

Logo depois dele, ainda na manhã desta terça, quem vai depor é Márcia Helena Costa da Silva, que trabalhava na Kiss. Ela também chegou a prestar serviços na casa de Elissandro Spohr.

Para a parte da tarde, estariam previstos os depoimentos de mais quatro sobreviventes da tragédia. Mas apenas três serão ouvidos, pois Malu Dias dos Santos, vítima que estava na lista do assistente de acusação Jonas Espig Stecca, caiu fora do processo, por enquanto. Isso porque a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidiu que deve ser retirada a manifestação inicial de Stecca do processo, após habeas corpus impetrado pelo advogado Jader Marques, que defende Spohr.

A decisão versou a respeito ao fato de o assistente de acusação ter se manifestado por escrito depois dos argumentos dos defensores e do Ministério Público, o que não seria previsto pelo Código de Processo Penal, como alegou Jader Marques. Como Stecca também listou testemunhas para serem ouvidas, ficaram anulados os depoimentos de nove pessoas chamadas por ele. 

Quatro já falaram no processo, mas cinco ainda não. Entre elas, estão Malu, que falaria nesta terça, e Bruno Rupollo Grethe. A decisão do TJ-RS também tornou nulo o ato do assistente de chamar três testemunhas de acusação: os ex-sócios da Kiss Alexandre Silva da Costa e Tiago Mutti e a irmã desse último, Cintia Mutti, que chegou a constar no contrato social da boate como sócia. Stecca vai recorrer da decisão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Além de  Kiko Spohr, respondem ao processo pelas 242 mortes e os mais de 600 feridos os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor de palco Luciano Bonilha Leão. Os quatro estão em liberdade. Somente Marcelo e Luciano têm ido acompanhar as audiências no Salão do Tribunal do Júri, no Fórum de Santa Maria. Os quatro são acusados por homicídios qualificados por dolo eventual e tentativas de homicídio qualificado.

Já foram ouvidas 42 pessoas na condição de vítimas. A última audiência foi realizada na quarta-feira passada, dia 17 de julho, quando Érico Paulus Garcia, que trabalhava como barman e serviços gerais da Kiss, contou que instalou a espuma tóxica e inflamável a pedido de Kiko Spohr.

Outros sobreviventes, mais de 40, já foram listados pelas defesas para depor.

O juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, deve marcar essas audiências nos próximos dias. Também são aguardadas decisões do magistrado a respeito de pedidos feitos pelo advogado Omar Obregon, que defende o vocalista da Gurizada Fandangueira. Ele quer que sejam ouvidos o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), o deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB) e o promotor Ricardo Lozza. Os pedidos estão sob a análise do promotor Joel Oliveira Dutra. Depois que ele se manifestar, o juiz dará uma resposta para as solicitações.  

Audiência é aberta ao público 

A audiência desta terça-feira é aberta ao público em geral. Para entrar no salão, o interessado deve apresentar um documento de identidade, passar pelo detector de metais e desligar o celular. Também não é permitido o uso de computadores portáteis. Filmagens e fotografias estão restritas à imprensa. Estão reservados 50 lugares para a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Kiss (AVTSM).

Fonte: Especial para Terra
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