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Tragédia em Santa Maria

RS: dono de boate faz nova porta e diz que desconhecia superlotação

27 fev 2013 - 08h44
(atualizado às 09h40)
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<p>Dono da boate Ballare, o empresário Nilvo Dorneles, abriu mais uma porta de emergência no estabelecimento após a tragédia na Kiss</p>
Dono da boate Ballare, o empresário Nilvo Dorneles, abriu mais uma porta de emergência no estabelecimento após a tragédia na Kiss
Foto: Fernando Diniz / Terra

Com a proibição de todos eventos festivos por um mês, proprietários de casas noturnas de Santa Maria (RS) iniciaram reformas para atender às exigências da fiscalização endurecida após a tragédia que matou 239 pessoas na boate Kiss, em 27 de janeiro. É o caso da boate Ballare, cujo proprietário decidiu abrir mais uma saída de emergência para evitar a desconfiança dos clientes. 

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“Decidi abrir mais uma porta porque o pessoal podia achar que era pouco”, disse o empresário Nilvo Dorneles. A boate já possuía duas saídas para ruas diferentes e agora ganhará uma porta maior numa das laterais.

Segundo Dorneles, cerca de mil pessoas entravam em sua boate em dias movimentados. O proprietário vai passar a respeitar a lotação de 832 pessoas, número que diz só ter tomado conhecimento agora. 

“Antes era a olho. Agora os bombeiros pediram para fazer um laudo populacional e eu fiz com um engenheiro. Com certeza entravam umas mil pessoas, até porque eu nunca fui informado da lotação”, disse.

Dorneles acredita que seu concorrente, o proprietário da Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, também desconhecia a capacidade exata da boate. “Em todas entrevistas ele colocava que a lotação da boate eram mais de mil pessoas”, disse.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a estimativa de população de casas noturnas é apresentada pelo estabelecimento no Plano de Prevenção Contra Incêndios, requisito para o alvará.

Três aptas a abrir 

No fim do mês em que foram proibidas festas na cidade de Santa Maria, apenas três boates estavam aptas para abrir as portas. O mutirão de fiscalizações na cidade constatou que as casas regulares são: Absinto, de propriedade de Mauro Hoffmann, sócio da Kiss; Rudys Beer e Casarão.

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou mais de 230 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

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Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

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Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Fonte: Terra
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