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Tragédia em Santa Maria

RS: Cruz Vermelha cria ação por sobreviventes e parentes de vítimas

28 jan 2013 - 14h31
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Por iniciativa da Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul, representantes de várias entidades de psicologia e psiquiatria, universidades e outros órgãos de assistência psicossocial se reuniram nesta segunda-feira, em Porto Alegre (RS). O objetivo foi definir uma estratégia de atendimento gratuito às famílias das vítimas e aos sobreviventes do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido na madrugada de domingo.

Foto: Fernando Borges / Terra

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"A situação é muito traumática e sabemos que, após alguns dias, vai começar a segunda onda de choque, quando há o risco de os parentes e até mesmo de os sobreviventes adoecerem. Por isso, estamos criando uma estratégia para atuar preventivamente, ajudando os governos estadual e municipal a dar apoio não apenas às famílias de Santa Maria", disse o presidente da filial da entidade em Santa Maria, o psiquiatra Manoel Garcia Júnior, ao lembrar que muitas das pessoas mortas e dos sobreviventes se mudaram sozinhos para a cidade a fim de estudar em uma das muitas universidades da região.

Além da filial estadual mobilizar as associações de classe e universidades, a Cruz Vermelha Brasileira pediu à federação internacional da entidade que disponibilize profissionais de outros países especializados em estresse pós-traumático. A finalidade é que eles possam repassar aos voluntários em Santa Maria suas experiências no tratamento de sobreviventes e parentes de vítimas de catástrofes.

Segundo o psiquiatra, a assistência psicológica já está sendo oferecida desde ontem. Porém, as ações tendem a se tornar mais necessárias conforme os parentes das vítimas cumpram as primeiras providências práticas e comecem de fato a assimilar o impacto do episódio. "A força-tarefa vai ajudar a instrumentalizar, treinar, acompanhar, monitorar e sugerir estratégias de campanhas públicas. Entidades como a associação de psiquiatria já estão conclamando seus membros para abrirem seus consultórios a fim de atender gratuitamente as pessoas. Também estamos organizando as instituições de formação [universidades] de todo o estado a também terem horários vagos, gratuitos, para atenderem as pessoas nesta situação', explicou Júnior.

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

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Participaram da reunião convocada pela Cruz Vermelha representantes das associações brasileiras e estadual de Psiquiatria; sociedade estadual de Psicologia; Sindicato Médico do Rio Grande do Sul; Comitê de Psicologia da Saúde e Hospitalar; universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pontifícia Católica (PUCRS); Ministério Público Estadual; União Estadual de Estudantes e de clínicas particulares.

Nesta segunda-feira, o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul abriu cadastro para profissionais voluntários que desejem prestar apoio aos parentes de vítimas mortas no incêndio, em Santa Maria (RS). Os psicólogos que tiverem disponibilidade para trabalhar no município devem ligar para os números (55) 3219-5299. Para atuar na capital gaúcha, Porto Alegre, o contato deve ser feito pelo telefone (51) 3334-6799, ramal 242.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

Agência Brasil Agência Brasil
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