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Tragédia em Santa Maria

RJ: poder público fecha boates, notifica bares e prende 2 gerentes

1 fev 2013 - 09h44
(atualizado às 16h35)
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Depois do incêndio em uma casa noturna de Santa Maria (RS) que matou mais de 230 pessoas, policiais, fiscais do Procon e da Prefeitura do Rio de Janeiro, assim como o Corpo de Bombeiros fizeram operações na madrugada desta sexta-feira para verificar condições de segurança e higiene de estabelecimentos da Lapa e da zona sul da cidade. O resultado: três casas noturnas foram interditadas e 12 boates, bares e restaurantes foram parcialmente interditados ou notificados. Gerentes de dois estabelecimentos da Lapa foram presos por irregularidades com alimentos.

Galeria de fotos: Veja quem são as vítimas do incêndio em boate de Santa Maria

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A Lapa foi fiscalizada pelo Procon e por policiais da Delegacia de Turismo. Faltou a licença do Corpo de Bombeiros para o Alto da Lapa, que foi interditado. O mesmo ocorreu com o Quintal Carioca. Sacrilégio, Favellas, Centro Cultural Carioca e Carioca da Gema tinham licença apenas para funcionar como restaurantes e tiveram suas boates fechadas. Esta última casa noturna chegou a ter um show ao vivo interrompido por causa das irregularidades.

O bar Dom Lucas foi autuado por ter alimentos vencidos e más condições de higiene. Além disso, o gerente Carlos Otaviano Costa foi preso. A tradicional Pizzaria Guanabara, também na Lapa, teve alimentos estragados apreendidos e o gerente Antônio Gomes também foi preso.

O Lapa 40 Graus passou pela mesma autuação porque havia pequena quantidade de alimentos vencidos, enquanto o Nova Capela foi notificado por não ter informações dos alimentos já abertos. O Rio Scenarium foi notificado por cobrar R$ 300 do cliente que perdesse a comanda, o que é proibido por lei. O Mangue Seco, por não ter cofre para depósito de armas de clientes policiais.

Em Copacabana, a boate Le Boy foi interditada por operação conjunta do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Especial de Ordem Pública (Seop), por suposta falha na segurança. O Bar do Copa foi notificado por possuir apenas alvará de restaurante, enquanto o Clube Praia tinha pequenas irregularidades. Todos os estabelecimentos notificados e interditados têm 30 dias para regularizar suas situações.

 
INCÊNDIO EM SANTA MARIA

Entenda detalhes de como aconteceu a tragédia em Santa Maria, na região central do RS, que chocou o País e o mundo e como era a Boate Kiss por dentro
Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
 
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
 
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.
 
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.
 
Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.
 
A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: Terra
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