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Tragédia em Santa Maria

PM: se capacidade fosse respeitada, boate seria evacuada em 2 min

30 jan 2013 - 11h44
(atualizado às 14h15)
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O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul afirmou nesta quarta-feira que a Boate Kiss, em Santa Maria (RS), poderia ter sido evacuada em dois minutos se a capacidade máxima de 691 pessoas tivesse sido respeitada na madrugada do último domingo, quando um incêndio matou mais de 230 pessoas no local. Em entrevista coletiva, a cúpula da corporação afirmou que há indícios que a casa noturna tinha aproximadamente o dobro de sua capacidade - entre 1,2 mil e 1,5 mil pessoas. 

Alguns dos principais jornais do mundo destacaram a tragédia de Santa Maria em suas edições impressas desta segunda-feira. Fotos impactantes do incêndio da boate Kiss estavam entre as chamadas mais importantes de diários. Confira a seguir:
Alguns dos principais jornais do mundo destacaram a tragédia de Santa Maria em suas edições impressas desta segunda-feira. Fotos impactantes do incêndio da boate Kiss estavam entre as chamadas mais importantes de diários. Confira a seguir:
Foto: Reprodução

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“Me parece claro que o PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio) que foi aprovado que 691 pessoas eram a capacidade que o Bombeiros aprovou naquela casa. Os depoimentos apresentados até agora relatam que no dia havia entre 1,2 mil e 1,5 mil pessoas. Se houve esse gargalo nas portas, com 691 pessoas, em torno de dois minutos todas as pessoas teriam abandonado a casa”, ressaltou o comandante do Corpo de Bombeiros na capital, tenente-coronel Adriano Krukoski.

De acordo com o comandante da Brigada Militar, coronel Sergio Roberto Abreu, a Polícia Civil recebeu toda a documentação que pode interferir na segurança do local e a atuação técnica dos bombeiros também está sendo analisada. “A Brigada Militar é transparente. Não temos nenhum ato a esconder. Nós abrimos dois procedimentos: uma comissão de peritos investiga sobre porque esse sinistro ocorreu e também instauramos um inquérito policial para analisar se nossos procedimentos foram adotados corretamente. Se há, qual o nível de responsabilidade em relação a sua conduta profissional diante desse incidente, desde a análise da inspeção de alvarás”, informou Abreu.

“A situação nossa não é atribuir a culpa a A ou B, mas avaliar o grau de responsabilidade que nós temos. A prefeitura tem amplo poder de polícia e é quem concede o alvará de funcionamento. O funcionamento da casa depende da prefeitura. Não é atribuir culpa, é questão de responsabilidade”, ressaltou o comandante da BM. 

 
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Alvará

O comandante Sérgio Abreu informou que o alvará de PPCI, vencido em agosto do ano passado, estava em processo de renovação, o que não exigia o fechamento da casa noturna. "De acordo com o alvará anterior, os sistemas de prevenção de incêndio previstos na lei estavam instalados e operantes. Assim, enquanto tramita o pedido de renovação do alvará, não há previsão legal para interdição imediata determinada pelo Corpo de Bombeiros, cuja competência é limitada às questões relacionadas ao sistema de prevenção de incêndio”, divulgou em nota a corporação. Ele também ressaltou que na última vistoria feita, a espuma no teto não existia.

 
Segundo o tenente-coronel Krukoski , é preciso ver onde a legislação falhou para evitar que uma tragédia dessas se repita. “Houve um ato de imprudência que colocou fogo. Associado a isso, temos a informação que as portas haviam sido fechadas na tentativa de fuga e, somado a tudo, a informação de que a casa estaria superlotada”, completou. Questionado se a corporação dos bombeiros pode ter a sua parcela de culpa no incidente, Krukoski disse não foi descartado que pode ter havido falha na concessão do alvará. 
 
Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.

Fonte: Terra
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