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Tragédia em Santa Maria

Pirotecnia em local fechado precisa de supervisão técnica

29 jan 2013 - 13h25
(atualizado às 13h55)
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O presidente da Associação Brasileira de Pirotecnia, Eduardo Tsugiyama, afirma que o uso de produtos pirotécnicos em locais fechados necessita da presença de um profissional habilitado. A entidade - que representa cerca de 200 empresas do ramo em todo o Brasil - diz ser comum as pessoas ignorarem as instruções de uso, que constam em todas as embalagens de fogos vendidos legalmente no País.
 

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No último domingo, o uso de um artefato pirotécnico de forma inadequada teria provocado um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, que provocou a morte de mais de 230 pessoas e deixou mais de uma centena de feridos. Com o princípio de incêndio na casa, a fumaça provocada foi a responsável pela maioria das mortes, por intoxicação. 
 
"Pelo o que tenho acompanhado, me parece que não foi utilizado o produto adequado. Tem se falado muito no uso do sputnik (feito à base de terra refratária e pólvora em pó), que em suas especificações é claro que é para ser utilizado em locais abertos. Não sei exatamente o tipo de produto que foi utilizado. Quem pode falar o que foi é a polícia técnica. Por enquanto, são versões.", diz Tsugiyama.
 
 
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Segundo ele, esse tipo de artefato não permite que que haja muito controle da altura das faíscas, além do nível de fumaça que pode ser desprendida. "É um produto utilizado normalmente em festas juninas, lugares abertos, perto de fogueiras. Mas nunca em lugares fechados.
 
O presidente da entidade diz que uma das preocupações hoje é que todos os estabelecimentos tenham um profissional habilitado para fazer a venda dos fogos e orientar os compradores.
 
"Apesar de todas as especificações estarem nas embalagens dos produtos, os profissionais estão orientados a perguntar em que situação será utilizado, para que possam indicar o produto mais adequado".
 
Ele explica que para o uso interno, é preciso antes verificar as condições de segurança do local, principalmente em relação aos materiais inflamáveis no entorno de onde pretende se fazer a apresentação. Há produtos específicos, que geram pouca fumaça e geralmente são os mais indicados para esse tipo de situação.
 
"Antes de soltar, a pessoa, o técnico especializado, precisa ver as condições de segurança. Se a altura do palco é baixa, se há produtos inflamáveis por perto. Tecido, espuma, papel e isopor são os mais arriscados. Com eles, qualquer tipo de faísca se torna inflamável".
 
A entidade promove anualmente cursos para habilitar profissionais tanto para a venda como para supervisionar espetáculos com fotos. 
 
Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
 
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
 
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.
 
 

Fonte: Terra
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