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Tragédia em Santa Maria

Governador afasta comandante do Corpo de Bombeiros de Santa Maria

22 mar 2013 - 17h02
(atualizado às 17h07)
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O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, afirmou, na tarde desta sexta-feira que vai afastar o comandante do Corpo de Bombeiros da cidade de Santa Maria, Moisés Fuchs, segundo confirmou sua assessoria.  Hoje a Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou o incêndio na Boate Kiss, que matou mais de 200 pessoas no dia 27 de janeiro. Dezesseis pessoas foram indiciadas criminalmente, ente elas três bombeiros e o prefeito da cidade, Cesar Schirmer (PMDB).

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Até o final da tarde desta sexta-feira o Corpo de Bombeiros deve dar mais detalhes sobre o procedimento administrativo interno que investiga as responsabilidades de integrantes do Corpo de Bombeiros na tragédia.

O inquérito também concluiu que o extintor de incêndio, localizado ao lado do palco da boate, não funcionou no momento do início do fogo; que a Boate Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás; havia superlotação; a espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular, feita de poliuretano; as grades de contenção (guarda-corpos) existentes na boate atrapalharam e obstruíram a saída de vítimas; a boate tinha apenas uma porta de entrada e saída; não havia rotas adequadas e sinalizadas para a saída em casos de emergência, as portas apresentavam unidades de passagem em número inferior ao necessário e não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas.

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas. 

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Fonte: Terra
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