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Tragédia em Santa Maria

Brasilienses pedem justiça para vítimas de incêndio em Santa Maria

3 fev 2013 - 13h29
(atualizado às 13h49)
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Uma semana após o incêndio que deixou 237 mortos em função do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), um grupo de brasilienses se reuniu em solidariedade às vítimas. Com roupas brancas, cartazes e faixas, os participantes se concentraram em frente à Rodoviária do Plano Piloto, localizada no centro da capital federal. De mãos dadas, todos rezaram e pediram paz e justiça para que novas tragédias sejam evitadas.

De mãos dadas, grupo de brasilienses se reuniu em solidariedade às vítimas de incêndio em Santa Maria
De mãos dadas, grupo de brasilienses se reuniu em solidariedade às vítimas de incêndio em Santa Maria
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Galeria de fotos: Veja quem são as vítimas do incêndio em boate de Santa Maria

Infográfico: Veja como a inalação de fumaça pode levar à morte

Veja relatos de sobreviventes e familiares após incêndio no RS

Segundo a aposentada Carmem Gamacho, o objetivo da homenagem é se solidarizar com os familiares e demonstrar indignação com as autoridades. "Queremos que essa barbaridade não se repita no país. Temos que exigir das nossas autoridades que liminares deixem de ser concedidas de forma irregular. Essa cultura do jeitinho tem que acabar. Essa cultura que faz com que as pessoas façam coisas erradas e pensem que ficarão impunes."

O servidor público Ronaldo Seggiaro também pediu um basta à impunidade. "O Brasil não aguenta mais. Queremos justiça pelas vidas arrancadas. Nos movimentamos para que essa tragédia não caia no esquecimento."

Para a empresária Regina Lacerda, a dimensão da dor dos familiares não pode ser "simulada, apenas sentida". A nora dela é do município gaúcho e perdeu muitos amigos na tragédia. Uma semana antes do incêndio, o filho dela e a nora estiveram na boate. "Quando eu penso que meu filho único também poderia estar lá, mas não estava, sinto um alívio enorme. Mas também não consigo deixar de pensar nessas 237 famílias que perderam seu chão."

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

Entenda detalhes de como aconteceu a tragédia em Santa Maria, na região central do RS, que chocou o País e o mundo e como era a Boate Kiss por dentro

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Agência Brasil Agência Brasil
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