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Tragédia em Santa Maria

Boates de Porto Alegre terão que exibir capacidade na fachada

1 fev 2013 - 14h20
(atualizado às 14h20)
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O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Porto Alegre vai exigir que as casas noturnas da cidade exibam em suas fachadas a informação de capacidade máxima do estabelecimento. Fiscais do órgão começaram nesta sexta-feira a notificar as 46 boates que possuem alvarás e estão regularizadas. Segundo a diretora-executiva do Procon Porto Alegre, Flávia do Canto Pereira, os proprietários das boates terão 10 dias, a partir da notificação, para elaborar cartazes que digam quantas pessoas cabem nos locais.

Em festa no dia 19 de janeiro, os artefatos eram usados por jovens no interior da boate
Em festa no dia 19 de janeiro, os artefatos eram usados por jovens no interior da boate
Foto: Divulgação

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"Eles vão ter que fazer (os cartazes) com letras grandes, para que o consumidor consiga enxergar", disse a diretora. "Essa obrigatoriedade vai facilitar o trabalho do fiscal", de acordo com Flávia, já que as equipes devem realizar operações para verificar se o número de pessoas nos estabelecimentos condiz com a capacidade informada na fachada.

Os cartazes deverão ser aprovados pelo Procon municipal. Caso algum proprietário não cumpra a notificação, responderá um processo administrativo e pode ser multado ou ter o alvará cassado. 

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

Entenda detalhes de como aconteceu a tragédia em Santa Maria, na região central do RS, que chocou o País e o mundo e como era a Boate Kiss por dentro

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: Terra
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