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Cidades

Theatro Municipal não foi afetado por desabamentos, diz Camurati

26 jan 2012 - 17h47
(atualizado às 18h14)
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Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

Apesar de a bilheteria do prédio anexo ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro ter sido atingida pelos escombros dos três prédios que caíram na noite de quarta-feira no centro da cidade, a presidente da fundação que administra o local, Carla Camurati, garante que o prédio principal não foi atingido. "No prédio histórico não aconteceu nada. O palco principal, motores, ares-condicionados, tudo tem um dedo de poeira, e está tudo muito sujo, mas em princípio sem danos graves", disse.

"Só vi o prédio caindo", diz morador após acidente no Rio:

Confira como fica o trânsito no local após os desabamentos

Ela conseguiu entrar no prédio principal do teatro na tarde desta quinta-feira acompanhada do engenheiro Geraldo Filizola, responsável pela reforma do local, reaberto há dois anos. "Ainda é cedo para saber se o prédio anexo teve algum dano estrutural ou se há algum equipamento perdido", disse Camurati, que lembrou que, se o desabamento tivesse ocorrido há um mês, talvez a tragédia tivesse sido maior. "Estaríamos como espetáculo 'Quebra-Nozes' começado há meia hora e nem quero pensar no que poderia ter acontecido."

O músico corista e presidente da Associação do Coro do Theatro Municipal, Pedro Oliveira, estava perto do local na hora do desabamento e tentou entrar no local para ver se havia danos, mas foi impedido de entrar pelos bombeiros.

Pedro disse que o prédio anexo, no número 16 da rua Manuel de Carvalho e que foi afetado no desabamento, é o local de ensaios de quem trabalha no teatro. "Estamos de férias e não temos ensaios nem apresentações previstas. Só quando tudo isso acabar vamos saber se vamos poder voltar a ensaiar no prédio anexo."

De acordo com Camurati, como a temporada 2012 só começa em março, há tempo de sobra para que tudo seja limpo e os artistas encontrem o local pronto. A presidente havia saído do teatro cerca de 20 minutos antes do desabamento dos prédios. Apenas um funcionário trabalhava no local na hora da tragédia e, segundo Camurati, ele não sofreu nenhum tipo de ferimento.

Os desabamentos

Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção anexa ao Theatro Municipal. Segundo a Defesa Civil do município, cinco pessoas morreram no acidente e outras 18 permanecem desaparecidas. Cinco pessoas ficaram feridas com escoriações leves e foram atendidas nos hospitais da região. Cerca de 80 bombeiros e agentes da Defesa Civil trabalham desde a noite do incidente na busca de vítimas em meio aos escombros. Estão sendo usados retroescavadeiras e caminhões para retirar os entulhos.

Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. O especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio. Ele descartou totalmente que uma explosão por vazamento de gás tenha causado o desabamento.

Com o acidente, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.

Veja a localização do desabamento:

Fonte: Terra
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