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Cidades

Termina hoje prazo para estudantes deixarem reitoria da USP

7 nov 2011 - 10h31
(atualizado às 12h05)
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Os alunos que invadiram a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) têm até as 23h desta segunda-feira para deixar o prédio. Após o horário, a reintegração de posse poderá ser feita com uso de força policial. O prazo foi acordado em uma reunião de conciliação no fórum Hely Lopes Meirelles, no sábado, com representantes da USP e estudantes que invadiram a reitoria, e mediado pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública Central de São Paulo, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP).

Na quinta-feira, a USP entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse do prédio ocupado. No dia seguinte, um oficial de Justiça foi à instituição e leu o documento, que não foi assinado pelos estudantes - embora a recusa não influenciasse no prazo até então determinado pela Justiça para a liberação do local. Os alunos reivindicam a retirada de processos contra os alunos e funcionários por invasões e manifestações anteriores, além do banimento da Polícia Militar da Cidade Universitária.

Em nota, a USP afirmou que, se a reitoria for desocupada no prazo, fará uma reunião de negociação com os alunos amanhã. Além disso, a administração da universidade reforçou que serão criados dois grupos de trabalho formados por representantes da reitoria, estudantes e funcionários. Um vai examinar a questão dos processos administrativos disciplinares, enquanto o outro, que deverá contar com a participação de pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência e do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas, ambos da universidade, tem como objetivo a discussão sobre o plano de trabalho que vai integrar o convênio assinado entre universidade e PM. A constituição desses grupos e o início dos trabalhos também estão condicionados à desocupação.

A invasão aconteceu por parte de um grupo descontente com a resultado de uma votação em assembleia que decidiu, na terça-feira, por 559 votos a 458, encerrar a ocupação do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). O grupo deslocou o portão de trás do edifício da Administração Central, usando paus, pedras e cavaletes, e em poucos minutos chegou ao saguão principal do prédio.

A FFLCH havia sido ocupada depois que a Polícia Militar abordou três estudantes no campus por porte de maconha na quinta-feira da semana passada. Os policiais usaram gás lacrimogêneo e alunos teriam ficado feridos após confronto. Na tarde de terça-feira, no entanto, cerca de 200 estudantes de pelo menos três faculdades protestaram, em frente à praça do Relógio, próximo a uma base da Guarda Universitária, pela permanência da PM no campus. Com cartazes e carro de som, os manifestantes se posicionaram contra o grupo considerado por eles "radical".

O prazo de hoje às 23h foi acordado em uma reunião de conciliação no sábado
O prazo de hoje às 23h foi acordado em uma reunião de conciliação no sábado
Foto: Nelson Antoine/Fotoarena / Especial para Terra
Fonte: Terra
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