O relatório do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) apontou 13 inconformidades e dois erros nas planilhas apresentadas pelas empresas de ônibus para justificar o aumento da passagem de ônibus de Porto Alegre para R$ 3,05. Entre as discordâncias, estava o cálculo da remuneração (pró-labore) das diretorias das concessionárias responsáveis pelas empresas.
Após o relatório, o tribunal emitiu uma medida cautelar para a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) determinando que a tarifa cobrada seja de R$ 2,85. Neste cálculo, já estão incluídas as desonerações do PIS/Cofins dadas pelo governo federal, recentemente.
A análise do TCE verificou que nas planilhas apresentadas tinham sido utilizadas fórmulas diferentes das que são determinadas pela prefeitura - por meio de decreto - nos cálculos de depreciação e remuneração da frota e do pró-labore (remuneração) da diretoria das empresas.
O erros encontrados foram referentes à desoneração da folha de pagamento e do custo de rodagem, que fizeram com que o preço fosse estabelecido subisse. Em dezembro de 2012, o TCE havia analisado as planilhas que apresentavam um valor de R$ 3,10 para a passagem. Na época foi determinado que o cálculo para desoneração fosse feito contabilizando a frota total, e não a parcial, o que fez com que o valor baixasse para R$ 3,05.
Após a análise mais recente, foi incluído ainda no cálculo da tarifa as desonerações do PIS/Cofins concedidas pelo governo federal, que baixaram o preço para os R$ 2,85.
Foi dado um prazo de 15 para que a EPTC adote as providências pertinentes as incongruências e erros. O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), segundo o TCE, também foi informado da determinação, bem como o Tribunal de Justiça e o Ministério Público.
O TCE só fornece o relatório completo, para a verificação dos percentuais e erros apontados de forma mais detalhada, mediante pedido por meio da Lei de Acesso à Informação, que pode levar 20 dias para ser atendido. A solicitação foi feita na manhã desta sexta-feira pelo Terra.
Diante de rumores de que a Justiça derrubaria liminar que suspendeu o aumento da tarifa dos ônibus, multidão se concentrou em frente à prefeitura de Porto Alegre
Foto: Carlos H. Ferrari / Futura Press
Manifestantes prometem manter mobilização para evitar aumento
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Liminar que suspendeu aumento após pressão popular em Porto Alegre é citada como exemplo por movimentos semelhantes em outras capitais do País
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Guardas municipais montam guarda em frente à prefeitura de Porto Alegre
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Cerca de 2 mil pessoas participaram da manifestação
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Os manifestantes relacionavam a mobilização com os protestos no exterior. Isso aqui vai virar uma Turquia, gritavam
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A mobilização começou por volta das 18h em frente a prefeitura
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Munidos de cartazes, e alguns com os rostos cobertos, os manifestantes começaram o ato
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A Guarda Municipal fez um cordão de isolamento por temores de novas tentativas de invasão - que não se confirmaram
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Manifestantes gritavam palavras de ordem prometendo parar o Brasil, pedindo a presença do prefeito e etc
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Apesar do caráter pacífico, muros foram pichados e vidraças de bancos foram quebradas no trajeto que percorreu as principais ruas da capital gaúcha
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Manifestantes picharam muitos muros, viraram lixeiras, jogaram pedras contra vidraças de bancos e picharam ônibus parados no caminho em meio ao trânsito parado
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Por volta das 19h começaram a marchar pelas ruas do Centro de Porto Alegre
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Mas, dada a diversidade do movimento, vários dos manifestantes criticavam a atitude de vandalismo de alguns: imbecil, isso não é estudante, diziam
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Além disso, enquanto lixeiras eram viradas, um grupo tentava arrumar a bagunça colocando-as no lugar
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Já no final, houve confronto com a polícia com lançamento de bombas de efeito moral, após lixeiras terem sido incendiadas
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Manifestantes protestam ao lado do Mercado Municipal, no centro de Porto Alegre
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O protesto seguiu por ruas do centro da capital gaúcha, como a avenida Borges de Medeiros