O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes Carvalho Junior, determinou nesta quinta-feira uma auditoria especial no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O objetivo é apurar irregularidades, denunciadas pela imprensa, na administração do então prefeito José Camilo Zito, que não se reelegeu. Entre as denúncias, estão o estado de calamidade pública na saúde, a falta de médicos, o caos na coleta de lixo, escolas interditadas e o desaparecimento de computadores da prefeitura.
Uma equipe do TCE-RJ vai a Duque de Caxias amanhã para iniciar as investigações e verificar pessoalmente os fatos narrados nas reportagens. A coleta de documentos e informações e a elaboração do relatório da auditoria deverão durar cerca de um mês e meio.
De acordo com o presidente do tribunal, ações deste tipo poderão ser determinadas para outros municípios fluminenses em situação semelhante à que está sendo denunciada em Caxias. 'Estamos mantendo a nossa fiscalização rotineira nos 91 municípios, mas não temos condições de fazer auditorias especiais em vários deles ao mesmo tempo', disse Jonas Lopes.
O relatório da auditoria, quando concluído, será encaminhado a um dos sete conselheiros do Tribunal de Contas, para a elaboração do voto que será levado ao plenário. Os conselheiros do TCE-RJ poderão responsabilizar os gestores do município e encaminhar o resultado da apuração ao Ministério Público, para as devidas ações legais.
A ausência na coleta de lixo em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, deixou um cenário quase apocalíptico na cidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A crise na cidade mais populosa da Baixada, e cuja economia é a segunda maior do Rio de Janeiro, se intensificou desde outubro, após as eleições
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A Locanty, empresa responsável pela coleta de lixo da cidade, passou a reclamar falta de pagamento, e pedir o rompimento do contrato. A coleta passou a ser feita, então de forma precária
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Nesta semana, a Locanty informou que não recolheria mais o lixo na cidade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A prefeitura alega que o fechamento do aterro sanitário de Gramacho, ali mesmo em Caxias, prejudicou o escoamento do material descartado pela população
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Enquanto isso, o lixo se acumulava em calçadas e esquinas...
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... na frente de escolas...
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... no cruzamento de ruas e avenidas...
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... e no Centro, onde fica boa parte do comércio
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É no Centro que ficam boa parte das lojas, restaurantes e bares
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O lixo acumulado nas calçadas atrapalhava a movimentação dos pedestres...
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... além de aumentar o risco de transmissão de doenças
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Alguns montes de lixo ainda eram queimados, piorando a qualidade do ar
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O mau cheiro fazia boa parte dos pedestres circular tapando o nariz
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'Tenho 65 anos, sempre morei em Caxias, e nunca vi nada parecido. Nem no tempo em que tudo isso aqui era terra. É muito triste', afirma o aposentado José Silva
Foto: Mauro Pimentel / Terra
'Ontem não consegui trabalhar com esse cheiro. Hoje, ainda de manhã, já estou pensando em fechar. Está difícil ficar aqui na loja, estou me sentindo mal, estou com tonteiras. E não aparece nenhum cliente', conta Erivaldo Corrêa de Souza, dono do Blek Bar
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O Centro Municipal de Saúde, que não tem pronto-atendimento, está em péssimo estado de conservação, e há muita sujeira em toda a parte
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O banheiro ao lado da farmácia tem fezes espalhadas pelo vaso sanitário e sujeira acumulada em toda a parte
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Em frente, no pátio da unidade, sacos de lixo com material hospitalar estão amontoados, sem qualquer tipo de proteção, no mesmo local onde os pacientes circulam
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O esquema emergencial iniciado nesta sexta-feira contará com 80 caminhões de coleta, dez caminhonetes do Corpo de Bombeiros, dois caminhões-pipa e 300 voluntários
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A partir da próxima quarta-feira, já em 2013, duas empresas, que serão contratadas em caráter emergencial, passarão a cuidar da limpeza da cidade