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Surpreso com ataque, presidente da Câmara fala em "cavalo de pau político"

Manifestantes tentaram invadir a Câmara Municipal de São Paulo, entraram em confronto com a polícia e atiraram pedras, bombas e chuchus contra o prédio

15 ago 2013 - 02h58
(atualizado às 02h58)
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Dentro da Câmara, os manifestantes que entraram para falar com os vereadores, ameaçaram ocupar o prédio, mas acabaram cedendo, depois de um acordo com os membros da Casa
Dentro da Câmara, os manifestantes que entraram para falar com os vereadores, ameaçaram ocupar o prédio, mas acabaram cedendo, depois de um acordo com os membros da Casa
Foto: Vagner Magalhães / Terra

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo Dias (PT), se disse surpreso com o ataque que a Casa sofreu na noite desta quinta-feira. Manifestantes que protestavam inicialmente contra as suspeitas de corrupção no Metrô de São Paulo - nas gestões dos governadores peessedebistas Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra - tentaram invadir o local, entraram em confronto com a polícia e atiraram pedras e bombas caseiras contra a fachada do prédio. Chuchus, em alusão ao apelido do governador Alckmin, também foram lançados por manifestantes. Na ação, uma vidraça foi quebrada, cinco policiais sofreram ferimentos e três manifestantes foram presos.

"Realmente eu não entendi. A manifestação foi chamada para protestar contra o cartel do Metrô. (...) Eles desistiram de ir para lá (Assembleia Legislativa)  e vieram para cá. E mudaram completamente o discurso. O grupo que está aqui dentro não quer discutir a questão do Metrô. Querem discutir a situação do ônibus, que têm CPI e tudo. Eles fizeram uma inversão muito rápida de pauta. Eu não acredito que as lideranças do movimento, que eu conheço, que não estavam aqui, fariam esse cavalo de pau político. Foi um verdadeiro cavalo de pau político", disse o presidente da Câmara, que recebeu uma comissão de manifestantes no oitavo andar do prédio.

A entrada dos manifestantes foi negociada com a Polícia Militar e com a presidência da Casa. Depois que cerca de 15 deles já estavam no interior do prédio, um grupo maior, de cerca de 400 pessoas, tentava forçar a entrada no prédio, que estava cercado por grades e por policiais militares. Na terceira tentativa de avançar sobre a barreira, começou o confronto com a polícia, que utilizou cassetetes, gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar o grupo.

Na confusão, dezenas de pedras foram atiradas contra os vidros do prédio, até que um fosse quebrado. Pelo menos um policial foi ferido no rosto, abaixo do olho esquerdo, por uma pedrada. Na dispersão, os manifestantes quebraram as fachadas de pelo menos uma agência bancária e um supermercado pelas ruas do centro.

Dentro da Câmara, os manifestantes que entraram para falar com os vereadores, ameaçaram ocupar o prédio, mas acabaram cedendo, depois de um acordo com os membros da Casa. Ficou acertado que no dia 22 de agosto haverá uma audiência pública na Câmara para discutir a questão dos transportes na Capital. Pelo menos 350 manifestantes poderão participar do ato, que deverá acontecer no plenário da Casa. José Américo disse que todas as entidades que quiserem analisar os documentos da CPI dos Transportes, que está ocorrendo na Câmara, poderão faze-lo depois de apresentar um requerimento para isso.

Chuchus, em alusão ao apelido do governador Alckmin, também foram lançados por manifestantes
Chuchus, em alusão ao apelido do governador Alckmin, também foram lançados por manifestantes
Foto: Vagner Magalhães / Terra

O ato, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) e pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, começou às 15h no Vale do Anhangabaú. Por volta das 16h, o grupo, de cerca de 1,5 mil manifestantes àquela altura, saiu em caminhada em direção à prefeitura de São Paulo.

Na sequência, os manifestantes seguiram em direção à praça da Sé, local em que fizeram um ato rápido, no qual afirmavam que não sairiam das ruas até o passe livre ser aprovado. Depois, a caminhada seguiu para a Câmara Municipal de São Paulo.

Fonte: Terra
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