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SP: sem confronto ou prisões, mil protestam contra a Copa

Grupo partiu da avenida Paulista, percorreu ruas do Centro, e terminou a manifestação em frente à secretaria estadual da Educação, na praça da República

27 mar 2014 - 20h24
(atualizado em 29/3/2014 às 11h07)
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Cerca de mil manifestantes protestaram na noite desta quinta-feira, em São Paulo, contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. A Polícia Militar acompanhou de perto os manifestantes com um contingente de pelo menos mil policiais, apesar de uma estimativa de até 2,3 mil de prontidão, espalhados pelas ruas do centro da capital. Ao fim do protesto, com cerca de 4 horas de duração, não foi registrado nenhum ato de vandalismo ou prisão.

O protesto teve início na praça do Ciclista, na esquina das rua Consolação com a avenida Paulista. O grupo percorreu a Paulista, sentido Paraíso, até a avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Ali, desceu até o centro. Em seguida os manifestantes passaram em frente à Câmara Municipal. Seguiram pela avenida São Luiz, até chegarem à avenida Ipiranga, local em que encerraram o ato em frente à secretaria estadual de Educação, local em que foi lido um manifesto criticando a realização da Copa do Mundo no Brasil e pedindo investimentos em áreas sociais, como saúde, transporte e educação.

Durante o trajeto, o único momento de tensão foi quando um homem se aproximou dos manifestantes se dizendo favorável à realização da Copa. Houve bate-boca, mas os próprios manifestantes convenceram o homem a sair do local para evitar qualquer tipo de atrito.

Manifestantes andam entre carros na Av. Paulista:

De acordo com o tenente-coronel Marcelo Pignatari, a postura pacífica dos manifestantes facilitou o trabalho dos policiais. "Vamos fazer um balanço final, mas não chegou a nosso conhecimento nenhum tipo de ocorrência e nenhum incidente, nem sequer apreensão", disse ele.

Ele afirmou que não há por parte da polícia nenhuma intenção de enfrentamento. "É preciso deixar bem claro que o papel da Polícia Militar é garantir a manifestação, o livre exercício do direito de reunião, bem como dos não manifestantes", afirmou.

Pignatari disse que a principal dificuldade da polícia na manifestação é o não acerto de um itinerário prévio. “Isso dificulta muito a gente porque temos que tomar providências para desviar o trânsito, linhas de ônibus, para garantir a própria segurança dos manifestantes. Mas temos que trabalhar com a realidade e acredito que a PM está exercendo muito bem seu papel".

Justiça

Nesta quinta-feira, pela primeira vez, a Justiça paulista colocou em operação, em dia de protesto contra a Copa, o Ceprajud (Centro de Pronto Atendimento Judiciário), atendendo uma orientação do Conselho Nacional de Justiça e do Ministério da Justiça. A missão do Ceprajud é analisar rapidamente os casos de prisão durante manifestações de rua.

Hoje, se a pessoa for detida em flagrante delito durante uma manifestação, é encaminhada para o Distrito Policial. Fica a cargo do delegado decidir se será aberto inquérito e se a pessoa fica detida ou é liberada para responder em liberdade.

No caso de prisão, uma cópia de flagrante é encaminhada, em um prazo de 24 horas para o Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (Dipo). Cabe a esse juiz decidir se a pessoa deve permanecer presa ou deve ser liberado.

Com o Ceprajud, a ideia é agilizar o trâmite em caso de um grande número de flagrantes, já que, pela estrutura atual, poderia ser um processo mais demorado.

Especialistas dizem que o Ceprajud podem criar "tribunal de exceção" para os casos envolvendo manifestantes. Alguns defendem que a criação do órgão é inconstitucional.

Colaboraram com esta notícia os leitores Felipe Marques, de São Paulo (SP), e Adorno Whert, de Guarulhos (SP), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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