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SP sai do estado de atenção após 12 horas de chuva forte

8 dez 2009 - 16h16
(atualizado às 21h02)
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A perda da força das chuvas na capital paulista fez o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) retirar às 15h25 desta terça-feira o estado de atenção da cidade. O órgão havia estabelecido o alerta desde às 3h14. Foram contabilizadas seis vítimas fatais devido aos temporais das últimas horas.

Pedestres caminham na rua Rodolfo Miranda, em São Paulo, onde os carros ficaram quase submersos por causa da chuva
Pedestres caminham na rua Rodolfo Miranda, em São Paulo, onde os carros ficaram quase submersos por causa da chuva
Foto: N. Rodrigues / Futura Press

A chuva das últimas 12 horas foi o equivalente a um terço do volume de toda a precipitação esperada para o mês de dezembro, segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências da prefeitura (CGE). De acordo com o órgão, foi registrada uma média de 67,4 mm de chuva desde a noite de ontem. A média histórica para o mês é 201 mm.

Regiões como centro e zona oeste da capital apresentaram maiores índices de precipitação, com 96,4 mm e 84,5 mm respectivamente. Na zona leste choveu 68,6 mm, na zona norte, 64 mm e na zona sul 49,4 mm, segundo a CGE.

Ainda segundo a CGE, a capital realiza o cálculo total dos pontos de alagamento que se formaram nesta terça-feira, por isso, ainda não há um número preciso. O total esperado é que, ao longo do dia, mais de 90 pontos ativos de alagamentos tenham sido registrados pelo órgão.

Por volta das 19h45, a CGE afirmou que há sete pontos ativos de alagamento na capital paulista. Entre eles, dois são intransitáveis - na rua Dona Santa Veloso, perto do nº 500, e na rua Sampaio Correa, próximo ao nº 74.

Deslizamentos e mortes

Subiu para sete o número de vítimas fatais devido a chuva que atingiu São Paulo entre a noite de segunda-feira e a manhã desta terça-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma criança de 2 anos morreu, em São Vicente, no litoral de São Paulo, após cair em uma vala em frente a sua casa, no bairro Jardim Rio Branco.

Os bombeiros afirmaram ainda que a vala estava com maior volume de água devido aos temporais.

Em Cajamar, na grande São Paulo, um homem de 45 anos está desaparecido desde a manhã de hoje. Ele teria ultrapassado uma barreira de segurança e caído em um córrego no bairro da Vila União. A Defesa Civil faz buscas na região.

Mais uma vítima das chuvas, que estava soterrada após um deslizamento de terra que aconteceu em Santana do Parnaíba, região metropolitana, foi encontrada por volta das 12h. No acidente, outras três crianças morreram. A residência onde as vítimas estavam foi atingida por um barranco que desmoronou por volta das 5h55 na rua Santa Cruz, no bairro 120.

Outra vítima foi uma mulher de aproximadamente 55 anos que morreu na manhã de hoje depois que a casa dela desabou em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo. Segundo os bombeiros, a estrutura da residência cedeu por conta da intensa chuva que atinge toda a Grande São Paulo desde a noite de ontem. O desabamento aconteceu por volta das 9h30, na rua Caiabu, Jardim Zélia.

A prefeitura e a Defesa Civil da cidade foram para o local avaliar a situação da construção e para saber se será necessário fazer a interdição de outras residências.

No Jardim Santa Madalena, zona leste da capital, um homem de 45 anos morreu depois que um deslizamento de terra derrubou o barraco em que vivia.

Congestionamento

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), após uma manhã de caos e congestionamento registrou 0 km de lentidão às 15h e as 16h desta terça-feira. Já às 20h, eram registrados apenas 2 km de lentidão na capital. Segundo a CET, o índice é muito abaixo do normal para um dia de semana.

De acordo com Olímpio Mendes de Barros, engenheiro da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), as marginais Pinheiros e Tietê, em São Paulo, ainda registraram na tarde de hoje pontos bloqueados devidos ao alagamentos na pista. Em entrevista ao Jornal do Terra, Barros afirmou que foram registrados cerca de 90 pontos de alagamentos pela manhã.

Segundo o engenheiro, a CET chegou a ter 680 agentes nas ruas para atender as ocorrências causadas pela forte chuva que atingiu a capital. "A prioridade é não deixar que os motoristas fiquem presos nos alagamentos. Há um planejamento nesses pontos para evitar que eles fiquem presos dentro de seus carros ou sejam arrastados pela correnteza", afirmou.

Pela manhã, a chuva prejudicou o trânsito da capital. Os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, causando diversos pontos de alagamentos e bloqueando as Marginais, duas das maiores avenidas da cidade. Houve também transbordamento de córregos nos bairros do Ipiranga, zona sul, e Itaim Paulista, no extremo leste da capital.

Trens

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) teve problemas causados pelas chuvas em duas linhas. Na linha 7-Rubi, que liga a estação da Luz, no centro de São Paulo, a Francisco Morato, região metropolitana, a circulação foi bloqueada às 6h15 por conta de um alagamento na via as estações Caieiras e Franco da Rocha, na região metropolitana.

O alagamento em uma via entre as estações Hebraica-Rebouças e Pinheiros também interrompeu a circulação na região durante a manhã.Além disso, a velocidade de circulação das linhas 1 e 3 foi reduzida. A empresa afirmou ainda que foi acionado o plano de emergência para que os usuários dos trens utilizem ônibus para fazer o trajeto.

Segundo a empresa, o serviço foi normalizado às 16h40 e todas as linhas operam normalmente.

Aeroportos
O aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, está interditado desde as 8h25 desta manhã para pousos e decolagens de aviões. O funcionamento está liberado apenas para pousos e decolagens de helicópteros. De acordo com a Infraero, o transbordamento do rio Tietê e o excesso de chuvas causaram alagamentos na pista na parte localizada em frente aos hangares do aeroporto. Ainda não há previsão de normalização da situação, devido a problemas no sitema natural de drenagem que segue para o rio Tietê.

O aeroporto de Congonhas (São Paulo) opera por instrumentos para pousos e decolagens desde a manhã desta terça-feira. Já Guarulhos passou à operação visual a partir das 17h58.

Ainda segundo a Infraero, o aeroporto de Viracopos, em Campinas, passou a operarar por instrumentos na tarde de hoje.

De acordo com a Infraero, 44 dos 215 voos programados para decolar do aeroporto de Congonhas até as 20h desta tarde registraram atrasos superiores a 30 min. Treze voos foram cancelados. Já no aeroporto de Guarulhos, 80 dos 218 voos programados para decolar até as 20h desta manhã registraram atrasos. Dez voos foram cancelados.

No aeroporto de Campinas, catorze dos 68 voos programados para decolar até as 20h de hoje registraram atrasos, e dois voos foram cancelados.

Fonte: Terra
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