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Cidades

SP: repórter recebe alta após ser atingida por bala de borracha da PM

Giuliana Vallone estava internada no hospital Sírio-Libanês desde quinta-feira, após ser atingida por uma bala no olho

15 jun 2013 - 21h55
(atualizado às 22h02)
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A repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, foi atingida no olho por uma bala de borracha da PM
A repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, foi atingida no olho por uma bala de borracha da PM
Foto: Guilherme Kastner / Brazil Photo Press

A repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, recebeu alta na tarde deste sábado do Hospital Sírio-Libanês, onde estava internada desde a noite de quinta-feira. A jornalista foi atingida no olho por um disparo de bala de borracha enquanto fazia a cobertura do protesto contra o aumento da passagem de ônibus na capital paulista.

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No Facebook, Giuliana escreveu que está em casa e passa bem. "Recebi alta hoje e ouvi do médico que minha recuperação está totalmente fora da curva, para o bem. O olho continua muito inchado, mas já está abrindo um pouquinho. Vou melhorando a cada dia. E finalmente consegui dormir". Ela ainda aproveitou para agradecer as manifestações de carinho que recebeu nos últimos dias. 

Segundo o relato da jornalista, ela estava na rua Augusta quando foi atingida pela bala. "Não vi nenhuma manifestação violenta ao meu redor, não me manifestei de nenhuma forma contra os policiais, estava usando a identificação da Folha e nem sequer estava gravando a cena. Vi o policial mirar em mim e no querido colega Leandro Machado e atirar. Tomei um tiro na cara. O médico disse que os meus óculos possivelmente salvaram meu olho", escreveu em uma mensagem publicada na sexta-feira.

O jornal Folha de S.Paulo confirmou que sete repórteres da empresa foram atingidos durante a cobertura do protesto de quinta-feira. Além de Giuliana, Fabio Braga também foi atingido por balas de borracha no rosto. 

Jornalistas presos e agredidos

O Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (SJSP) divulgou na sexta-feira uma lista de repórteres e profissionais da imprensa que foram feridos e detidos enquanto cobriam a manifestação contra o aumento da passagem. Segundo o balanço, dois repórteres foram presos e 12 agredidos por policiais.  

De acordo com o sindicato, foram presos “arbitrariamente” o repórter Piero Locatelli, de Carta Capital, e Fernando Borges, do Terra. Ainda de acordo com o sindicato, 12 jornalistas foram vítimas de violência policial, mas “o número de vítimas, certamente, deve ser bem maior”. 

Segundo levantamento, sofreram violência Vagner Magalhães, do Terra, Fernando Mellis, do R7, Gisele Brito, da Rede Brasil Atual, Leandro Morais, do UOL, e Fabio Braga, Marlene Bergamo, Félix Lima, Ana Krepp, Rodrigo Machado e Giuliana Vallone, da Folha de S. Paulo, além de Henrique Beirange e André Américo, do jornal Metro. 

Apesar de não ter sido citado, o fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, foi atingido no olho esquerdo por um tiro de bala de borracha disparado pela Polícia Militar. 

Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

Haddad, havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Terra
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