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Cidades

SP: prefeitura cadastra 320 moradores após incêndio em favela

18 set 2012 - 09h33
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A coordenadoria municipal de São Paulo informou que 320 moradores da favela do Moinho, atingida por um incêndio nesta segunda-feira, foram cadastrados por agentes sociais para receber apoio da prefeitura. Ao todo, segundo o órgão, 80 habitações foram destruídas no incêndio, que deixou uma pessoa morta.

Moradora que perdeu tudo no fogo não quer deixar favela:

Na manhã desta terça-feira, moradores tentavam recuperar objetos que poderiam ter se salvado das chamas, que destruiu a parte da comunidade que fica sob o viaduto Orlando Murgel, em Campos Elíseos, na região central de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 18 viaturas, com cerca de 45 homens, atuaram no combate às chamas, que foram controladas às 08h35 de ontem.

O viaduto foi totalmente bloqueado nos dois sentidos, havendo desvios do trânsito nas proximidades. Além do Corpo de Bombeiros, foram acionadas equipes da coordenadoria municipal de Defesa Civil, concessionária de energia elétrica, Companhia de Engenharia de Tráfego e Polícia Militar.

Incêndio criminoso

Policiais do 77º DP, de Santa Cecília, prenderam nesta segunda-feira o suspeito de ter incendiado a favela do Moinho. Segundo a polícia, o travesti Fidelis Melo de Jesus, 37 anos, conhecido como Eliete, teve um desentendimento com seu namorado, Damião de Melo, 38 anos, no início da manhã.

Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, responsável pelo caso, os dois homens brigavam por problemas com drogas quando Eliete teria ateado fogo em uma camiseta com um isqueiro. "Ele (Eliete) negou a principio que tenha colocado fogo no barraco, mas quando indaguei por que não tinha lesão nenhuma, ele não soube explicar". Com a ajuda de um botijão de gás, Eliete conseguiu fazer com que o fogo atingisse seu companheiro, que morreu carbonizado.

"Na hora que derrubou o barraco as chamas se alastraram, até porque existe muita fiação precária naquele local", afirmou Aline. A vítima não conseguiu sair do barraco. Após ser reconhecido, Eliete foi preso em flagrante pela polícia no próprio PS. De acordo com a delegada, ele vai responder por homicídio qualificado e incêndio doloso, quando se tem intenção.

Foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas e, após o controle dos focos de incêndio, foi iniciado o trabalho de rescaldo. A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As chamas destruíram 80 moradias e deixaram 300 pessoas desabrigadas em uma área de 2 mil m², segundo a Defesa Civil da cidade.

Em dezembro de 2011, a mesma favela foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que deixou uma pessoa morta. Este é o 34º incêndio de grandes proporções registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano, o 68º contabilizado pelos bombeiros. Em 2008, o Corpo de Bombeiros registrou 130 ocorrências e, em 2009, 122. Já no ano de 2010, 91 incêndios foram combatidos, enquanto, em 2011, houve 79 casos registrados.

Terra

Colaborou com esta notícia o internauta Caio Telles, de Sorocaba (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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