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Polícia

SP: polícia pede prisão e indicia suspeito por morte de jovem

21 jun 2013 - 23h48
(atualizado às 23h56)
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Cerca de 500 pessoas se reuniram hoje no local onde o estudante Marcos Delefrate, 18 anos, foi atropelado
Cerca de 500 pessoas se reuniram hoje no local onde o estudante Marcos Delefrate, 18 anos, foi atropelado
Foto: Alfredo Risk / Futura Press

A Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, pediu nesta sexta-feira a prisão preventiva do suspeito de atropelar e matar um jovem durante um protesto na cidade na noite de quinta-feira. O empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37 anos, que está foragido, também será indiciado por homicídio. “Nós instauramos inquérito contra ele pela prática de homicídio e quatro tentativas de homicídio”, disse o delegado Carlos Henrique Araújo Garcia. O suspeito tentou furar o bloqueio montado por manifestantes e acelerou contra diversas pessoas e matou o estudante Marcos Delefrate, 18 anos. O homem fugiu sem prestar socorro. As informações são do Jornal EPTV, da EPTV.

O empresário está envolvido em 26 processos, cinco deles criminais. Desses, ele responde apenas um, por crime contra a liberdade individual, ameaça ou constrangimento ilegal. Como não foi jugaldo, é reu primário. “Causa indignação em qualquer pessoa. Ele dá ré no carro, mas tinha todas as condições do mundo de sair daquele fato – se estava com pressa podia ter dado uma ré, entrado na rua à direita ali, já tinha como sair”, disse o promotor de Justiça Luís Henrique Pacini Costa. O enterro de Marcos Delefrate ocorrerá nesta tarde em Ribeirão Preto. Por conta da morte do jovem, a prefeitura decretou hoje luto oficial de três dias.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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