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SP: Marcha para Jesus incorpora temas de protestos e reúne multidão

Acompanhando trios elétricos, milhares de evangélicos saíram às ruas

29 jun 2013 - 12h08
(atualizado às 16h18)
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Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado durante a 21ª edição da Marcha para Jesus, evento que acontece anualmente na capital paulista, promovido pela igreja Renascer, e que reúne fiéis de várias igrejas evangélicas. Nesta edição, porém, boa parte dos participantes incorporou os temas abordados nas últimas semanas nas ruas e, assim como nos protestos que acontecem em várias cidades brasileiras, carregavam cartazes pedindo melhora na qualidade dos serviços públicos, como saúde, educação e transporte. A organização espera reunir, até às 21h30, mais de um milhão de pessoas. 

"Os evangélicos representam uma fatia considerável da população brasileira. Já estamos cansados de ver tanta coisa errada e precisamos também nos posicionar", disse o professor Daniel Azevedo, 38 anos, que levou uma faixa com a frase: "Jesus é 10, educação e saúde é zero".

Desde o início de junho, a população tem saído às ruas para reivindicar mudanças na política, protestar contra os gastos públicos exagerados - principalmente relacionados à Copa do Mundo de 2014 - e pedir melhoria nos serviços básicos de atendimento à população. Em São Paulo, a onda de manifestações, inicialmente reprimida duramente pela Polícia Militar, fez com que o governo do Estado e a prefeitura da capital paulista revogassem o aumento das tarifas do transporte - ônibus, metrô e trem -, que caíram de R$ 3,20 para R$ 3.

O professor conta que não conseguir participar das manifestações recentes, mas que apoia os protestos. "Tem que ir para as ruas mesmo, desde que seja pacífico a gente apoia", concordou a amiga dele, a química Patrícia Neves, 31 anos, que também carregava a faixa.

Embora a maioria dos fiéis vestissem camisetas oficiais da marcha, muitos trocaram o "abadá" por camisetas do Brasil e bandeiras do País. Demonstrando sintonia com os protestos vistos nas ruas nos últimos dias, muitos pintaram os rostos de verde e amarelo e carregavam cartazes com frases associando o fenômeno dos protestos à temática cristã. Ao invés da frase "vem pra rua contra o aumento" - um dos slogans dos protestos contra o rejuste das tarifas de transporte -, os cartazes traziam a frase: "vem pra rua marchar com Cristo".

"Cura gay" e governo

Alguns dos participantes também aproveitaram a ocasião para protestar contra os ativistas homossexuais que, nas últimas semanas, organizaram uma série de manifestações contra o projeto de lei que ficou conhecido como "cura gay",  que autoriza os psicólogos a promover tratamentos com o objetivo de "curar" a homossexualidade. Portando faixas, alguns fiéis criticaram o "ativismo gay" por, segundo eles, tentar se "aproveitar das manifestações do povo". 

A proposta de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), foi aprovado neste mês pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Feliciano, que também tem sido alvo de intensos protestos desde que assumiu a comissão, participou da Marcha para Jesus vestindo uma camiseta com os dizeres: "eu represento vocês". Ele, entretanto, evitou discursar, mas foi aplaudido pelos participantes.

A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, também foram alvo de críticas de alguns fiéis. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) chegou a ser vaiado quando, ao discursar na zona norte de São Paulo, mencionou o nome da presidente Dilma, a quem representava. 

Passeata

A marcha começou às 10h, no Metrô Luz, e segue em direção à Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, próximo ao Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. No local, foi montado um palco para os shows dos cantores gospel, que ocorrerão até a noite de hoje.

Devido ao evento, o Metrô e a Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) farão uma operação especial neste final de semana. Algumas linhas de ônibus também sofreram alteração, e a recomendação da CET é que os motoristas evitem as ruas da região durante o dia.

Fonte: Terra
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