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SP: Marcha da Maconha usa 'bloco do atraso' para criticar políticos

Após protestos com confrontos, PM reforçou policiamento na Av. Paulista, mas espera passeata pacífica

8 jun 2013 - 16h38
(atualizado em 10/6/2013 às 09h41)
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Participante fuma em um 'bong', como é chamado artefato que funciona com ebulição de água
Participante fuma em um 'bong', como é chamado artefato que funciona com ebulição de água
Foto: Gabriela Biló / Futura Press

Após dois dias de protestos contra o aumento da tarifa dos transportes públicos, São Paulo é palco de mais uma manifestação: a Marcha da Maconha. Neste ano, conta com passeata pela avenida Paulista com blocos temáticos sobre o uso de drogas e contra projeto de lei e políticos que os participantes consideram um 'atraso' para o País. Apesar da tensão provocada pelos confrontos entre manifestantes e Polícia Militar ocorrido nos dois últimos dias, a marcha promete ser pacífica e lúdica, e a PM - que reforçou o policiamento no centro da capital paulista - diz que a ordem é para evitar tumultos.

"A Marcha já apanhou bastante no passado, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) nos garantiu o direito de protestar, o direito à liberdade de expressão. Não acreditamos que haverá violência e nos preparamos para um evento pacífico", disse a jornalista Gabriela Moncau, 24 anos, uma das organizadoras do evento.

Realizada desde 2008 em São Paulo, a marcha neste ano tem o tema "Proibição mata: legalize a vida". Apesar das faixas pedindo a legalização da maconha no Brasil e a discriminalização das drogas, os organizadores recomendaram aos manifestantes que não usem substancias ilícitas na passeata, justamente para evitar problemas com a polícia.

Ao todo, 150 policiais militares acompanham a manifestação, e a expectativa dos organizadores é reunir até 5 mil pessoas do início do encontro ao fim do dia.

A manifestação começou às 14h no vão livre do MASP, na avenida Paulista, e a passeata passará pelas ruas Augusta e Consolação, sendo encerrada com shows na praça da República (centro), a partir das 18h30. A orientação da organização é ocupar apenas 3 das 4 faixas da avenida Paulista, mas a Companhia de Engenharia de Tráfego orienta os motoristas a não circularem pela região.

Blocos

Neste ano, a Marcha da Maconha reuniu vários blocos temáticos, para debater o uso da substância em várias circunstâncias - entre elas o uso medicinal e o uso religioso. Entre os blocos representados está o feminista, que abordará a liberdade das pessoas em relação ao próprio corpo e o tráfico como uma das principais causas de prisão das mulheres.

Outro bloco será o do "atraso", que pretende protestar contra o projeto de lei 7663, que endurece o combate ao uso de drogas no Brasil, e que tramita no Congresso Federal. Com cartazes e máscaras, o grupo pretende "escrachar" figuras públicas que consideram representar um retrocesso para o país, como o deputado Osmar Terra, autor do projeto, e a ministra Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, que defende o apoio do governo federal às comunidades terapêuticas de tratamento.

"Essa é uma causa que permeia varias outras causas, por isso quisemos convidar ao debate outros movimentos sociais", explicou o cientista social Marco Sayão, 27 anos, também da organização.

Colaborou com esta notícia a internauta Cleide Isabel, de São Bernardo do Campo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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