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SP: manifestantes invadem Câmara e interrompem sessão em Campinas

7 ago 2013 - 22h24
(atualizado às 22h31)
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O ato reivindica CPI da tarifa de ônibus, gratuidade para estudantes e cobra a saída do Secretário de Transportes Sérgio Benassi (PCdoB)
O ato reivindica CPI da tarifa de ônibus, gratuidade para estudantes e cobra a saída do Secretário de Transportes Sérgio Benassi (PCdoB)
Foto: Bruno Dias / Futura Press

Um grupo de 120 manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) ocupou o prédio da Câmara de Vereadores de Campinas e interrompeu a sessão por volta das 19h30 desta quarta-feira. Os invasores entraram no plenário com cartazes com palavras de ordem, picharam paredes e subiram nas mesas dos parlamentares, que se abrigaram em outras dependências.

A sessão, que costuma ser transmitida ao vivo pela TV Câmara, deixou de ser veiculada assim que houve a invasão das galerias. Às 22h, cerca de 100 pessoas ocupavam o prédio do Legislativo. Eles prometem passar a noite no local. Um grupo de integrantes do ato tentou acessar outros anexos do prédio, mas não conseguiu.

O presidente da Câmara, Campos Filho (DEM), analisa com os colegas - ao todo são 33 vereadores - se irá assinar um pedido judicial e solicitar reforço da Tropa de Choque da Policia Militar para evacuar o prédio. 

A segurança da Câmara é realizada pela Guarda Municipal. A corporação realiza uma paralisação para reivindicar benefícios para a categoria. A Câmara não confirmou se havia menos GMs nesta noite. A administração havia anunciado que irá descontar os dias não trabalhados.

Redução de R$ 0,30 no ônibus       

O protesto que pede a tarifa zero nos ônibus começou no final da tarde. A manifestação marcada por redes sociais começou a se formar no Largo do Rosário, centro da cidade, e seus membros seguiram em passeata até a Câmara, que fica no bairro Ponte Preta.

Manifestantes ocupam a Câmara Municipal de Campinas em protesto na noite desta quarta-feira. A manifestação que começou no Largo do Rosário, marca a volta ao trabalho dos vereadores após as férias
Manifestantes ocupam a Câmara Municipal de Campinas em protesto na noite desta quarta-feira. A manifestação que começou no Largo do Rosário, marca a volta ao trabalho dos vereadores após as férias
Foto: Bruno Dias / Futura Press

Os organizadores do movimento são os mesmos do mês passado. Além do passe livre eles exigem que os parlamentares abram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as planilhas de custo da passagem do transporte coletivo e pedem a saída do secretário municipal de Transportes, Sergio Benassi (PCdoB).

Após os três grandes protestos no mês de julho, que culminou na depredação de boa parte das vidraças da prefeitura, além de uma onda de vandalismos com saques de pontos comerciais, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), assinou uma portaria autorizando a redução em R$ 0,30 e fixando a tarifa do ônibus em R$ 3.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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