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SP: manifestantes fazem 'beijaço' em frente ao PSC contra Feliciano

Grupo colou cartazes e pichou sede do partido contra o projeto de lei da "cura gay"

26 jun 2013 - 21h56
(atualizado às 21h56)
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<p>Manifestantes pedem a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara</p>
Manifestantes pedem a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press

Cerca de 300 pessoas participaram de mais um protesto, na noite desta quarta-feira, em São Paulo, para pedir a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A manifestação começou com uma passeata na avenida Paulista, por volta das 19h, e terminou com um "beijaço" e vaias contra o parlamentar em frente à sede do Partido Social Cristão, na zona oeste da cidade.

Este foi o segundo protesto realizado na capital paulista contra o parlamentar em menos de uma semana. A manifestação foi pacífica e, assim como na semana anterior, pediu também a derrubada do projeto de lei que ficou conhecido como "cura gay", proposta que autoriza os psicólogos a promover tratamentos com o objetivo de "curar" a homossexualidade. O projeto, de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), foi aprovado na semana passada em uma sessão da comissão presidida por Feliciano.

Portando bandeiras, faixas e cartazes, o grupo percorreu a avenida Paulista por mais de uma hora, cantando "Fora Feliciano" e marchinhas como "doutor, eu não me engano. Quem é doente é o Feliciano", e "vem para a rua contra a cura".

Já em frente à sede do Partido Social Cristão, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, o grupo promoveu um "beijaço" e houve uma longa vaia contra o deputado. De acordo com os manifestantes, o objetivo do beijo coletivo foi chamar a atenção ao fato de que não é atribuição do Legislativo decidir questões relacionadas a liberdades individuais. "Esse beijo é para mostrar que não temos vergonha de ser quem somos. Não precisamos de cura, porque não somos doentes", discursou um dos ativistas pelo megafone, em frente ao partido.

A manifestação terminou sem tumulto, por volta das 21h. Ao deixar o local, porém, o grupo colou os cartazes contra a proposta de lei da "cura gay" e pedindo a saída de Feliciano da comissão. A frase "fora Feliciano" foi pichada na parede externa da sede do PSC, que já estava fechada e vazia quando os manifestantes chegaram ao local.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Protestos criticam a Copa e pedem melhores condições de vida pelo País

 

Fonte: Terra
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